Rodrigo Bethlem e Romário: divergência na condução da campanha ao governo do Rio - Reprodução
Rodrigo Bethlem e Romário: divergência na condução da campanha ao governo do RioReprodução
Por Paulo Capelli

A relação do candidato ao governo Romário (Podemos) com Rodrigo Bethlem está estremecida e pode ter um ponto final ainda esta semana. Contratado para dar consultoria na campanha, Bethlem reclama que suas orientações não têm sido acatadas. O atrito maior é com a assessoria de imprensa do senador, que acompanha Romário desde os tempos em que ele era deputado em Brasília.

O estopim do estresse foi domingo, quando a assessoria do candidato publicou texto nas redes sociais dizendo que Romário destinaria emenda para a reconstrução no Museu Nacional. Taxado de oportunista por internautas, o conteúdo foi deletado em seguida. Bethlem ficou uma fera por não ter sido consultado antes sobre a postagem. Romário e o estrategista se encontrariam na terça para uma conversa decisiva, mas a reunião foi adiada e ainda não aconteceu.

Inimigo íntimo

Bethlem foi chefe da Casa Civil de Eduardo Paes (DEM), de quem hoje é desafeto. O ex-prefeito é adversário de Romário na corrida ao governo.

Esforço concentrado

Para tentar evitar debandada de sua campanha após a condenação por órgão colegiado, Anthony Garotinho (PRP) se reuniu ontem à tarde com políticos do PRB, entre eles o senador Eduardo Lopes, presidente da legenda no Rio. Na sede do PRB, em Benfica, Lopes reafirmou o apoio do partido a Garotinho, vai recorrer da sentença.

Mas...

Há no PRB quem já esteja de olho na canoa de Romário. O que é curioso, já que Indio da Costa (PSD) é mais próximo do PRB de Crivella do que o ex-jogador. Um político do PRB explica: "Romário tem o perfil do eleitorado mais semelhante ao do Garotinho. E tem mais viabilidade (está melhor nas pesquisas)".

Dissidência

Apesar de seu partido, a Rede, integrar a coligação de Romário, o prefeito de Cabo Frio, Dr. Adriano, anunciou ontem apoio a Eduardo Paes e Cesar Maia para o Senado. E olha que a Rede indicou Miro Teixeira para o Senado na chapa de Romário.

Dissidência 2

Outro que prometeu verbalizar apoio a Paes na próxima terça é Samuca Silva: prefeito de Volta Redonda, único município do estado governado pelo Podemos, partido de Romário.

'Eduadad'

Já tem no PT quem pense numa aliança no Rio composta por Paes e o presidenciável Fernando Haddad (PT) no segundo turno. "É uma daquelas jabuticabas que só têm no Brasil. Caso Haddad dispute com Bolsonaro, nós podemos, por que não?, contar com o apoio do Eduardo. Em troca, ele seria apoiado por nós", diz um petista.

Termômetro

Haddad assumirá de vez o protagonismo na campanha sempre tendo Lula como cabo eleitoral. O PT acredita que, em dez dias, por conta da propaganda na TV, o ex-prefeito de São Paulo já terá conseguido a transferência de boa parte dos votos de Lula.

Argumento

Rodrigo Maia (DEM) tem pedido o empenho de políticos na eleição do pai, Cesar Maia (DEM), ao Senado. Diz que o resultado será diferente do de 2014, quando Cesar não se elegeu. Afirma que, desta vez, ele mesmo, presidente da Câmara, tem coordenado a campanha do pai. E que, da outra, a tarefa coube a Jorge Picciani (MDB).

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