Diretor-presidente do Instituto Informa, o sociólogo Fábio Gomes lança o livro
Diretor-presidente do Instituto Informa, o sociólogo Fábio Gomes lança o livro "Comunicação, Dialógica e reputação eleitoral - o percurso gerativo do voto" Divulgação
Por CÁSSIO BRUNO

Diretor-presidente do Instituto Informa, o sociólogo Fábio Gomes, de 47 anos, acaba de lançar o livro "Comunicação dialógica e reputação eleitoral - o percurso gerativo do voto" (Editora Jaguatirica, 112 páginas). A obra relata como o processo de escolha do eleitor passa pela análise da reputação da candidatura e alerta sobre a importância de entender o que é relevante na hora do voto.

"O objetivo é apresentar uma abordagem aos candidatos e especialistas das dimensões que formam a decisão do eleitor", afirma Gomes, que comanda o instituto de pesquisas comportamentais no campo da comunicação.

O DIA: Como o senhor avalia a comunicação dos candidatos à Presidência com o eleitor até agora?

Para cada objetivo e tipo de campanha, vemos direções argumentativas distintas. O (Fernando) Haddad (do PT), por exemplo, teve uma estratégia de começar a campanha como vice do Lula, fizeram a transposição de candidatura, mas é a defesa clara do jeito Lula de governar. O PSDB começou equivocado, me parece, em vez de focar mais no funcional, partiu mais para a desconstrução de candidatos.

E dos candidatos ao governo do Rio?

Há um desafio político diferente do cenário nacional. A crise que afeta o estado hoje é desafiadora e os candidatos precisam apresentar propostas não só para a manutenção de equipamentos públicos, mas de superação da crise. Temos exemplos de campanhas tanto nas proposições e também destacando a ética e moral da política por tudo o que aconteceu, como escândalos e prisões.

Mas o que o candidato deve levar em conta para se comunicar com o eleitor?

A tradição de comunicação política é desenhada no monólogo. Se temos que propor algo de inovador, a proposta é o diálogo. Ou seja: ouvir a opinião pública e apresentar argumentos. Outra é mostrar propostas e valores ideológicos, deixando claro elementos de sua reputação pessoal.

O que faz a diferença numa campanha?

Ter pessoas na equipe que pensem a política, a estrutura da campanha e a relação do candidato com o eleitor. Outros pontos fundamentais são apresentar projeto e a atuação parlamentar de forma transparente e didática.

O que é relevante para o eleitor na hora do voto?

Entender as propostas, o plano de cada candidatura. Com isso, ele compara com suas demandas e aquilo que ele percebe dos candidatos. E aí consegue projetar as possibilidades do plano se tornar real no futuro. E assim define o voto.

Ao construir uma imagem, o candidato não pode soar falso, produto de um marqueteiro?

Isso acontece, sem dúvida, quando se simula aquilo que ele não é. O candidato tem que estar preocupado em mostrar sua versão do que representa a identidade política. É importante ouvir. A pergunta básica é: "o que você pensa sobre mim?". O candidato pode até convencer o eleitor, mas é um processo de argumentação.

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