Ronaldo Fonseca de Souza, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Ronaldo Fonseca de Souza, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da RepúblicaMarcio Mercante / Agencia O Dia
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O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca de Souza, de 59 anos, atribui à Operação Lava Jato a impopularidade de políticos brasileiros, incluindo o presidente Michel Temer (MDB). Deputado federal licenciado pelo Podemos-DF, Souza, no entanto, diz que Temer não tem medo de ser preso.

"Ele quer que seja investigado de forma legal", ressalta o ministro à coluna. Temer é citado em delações premiadas e suspeito de receber propina de empreiteiras e de ter beneficiado empresas ligadas ao Porto de Santos.

O DIA: Qual é o legado deixado pelo governo Michel Temer?

Ronaldo Fonseca de Souza: O maior legado é entregar um país equilibrado, como um avião na cabeceira da pista para decolar. Como um enfermo, que saiu do coma para a enfermaria. Na economia, o Brasil melhorou demais. Tínhamos uma inflação de mais de 10%. Hoje, estamos abaixo de 4%. Com uma taxa Selic baixa. Estávamos numa recessão maluca.

Mas e o desemprego?

Na cadeia de recuperação, o emprego vem por último. Se você é empresário, primeiro, tem que acreditar na economia. Hoje, vamos comemorar cerca de um milhão de carteiras de trabalho assinadas. Claro, o desemprego ainda é grande. Mas houve avanço. A Reforma Trabalhista não foi feita para curto prazo. Há 80 anos, aguardava uma modernização. A produção industrial, que era negativa 6,5%, está 2,5% positiva.

Qual é a sua avaliação sobre a intervenção federal no Rio?

Positiva. A maioria da população aprovou. Mais de 60% dos R$ 1,2 bilhão já foram empenhados (para a segurança). Foi feito uma aporte interessante. Tiraram também o aparelhamento político. Sobre a morte da Marielle, há uma cobrança grande. Até nisso foi positivo. É um trabalho bem feito pela investigação e não tenho dúvidas de que a resposta está perto.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, pediu à Polícia Federal para intervir por suspeita de irregularidades na investigação.

É preciso uma investigação transparente para a punição ser efetiva.

O presidente Temer tem índice de aprovação muito baixo.

Estamos no país da Lava Jato, de uma investigação fantástica, com competência pelo (ex-juiz) Sérgio Moro (futuro ministro da Justiça). No MDB, tem pessoas presas. Mas não é privilégio de um partido. Temos uma crise partidária no país. É uma salada amarga. Covardemente, o Temer sofreu um processo para cassar o seu mandato. A população não está gostando de político. Qualquer um que tenha o carimbo de político, vai sofrer.

O presidente Temer tem medo de ser preso?

Ele é sereno. Conhece o Direito. Conhece seus atos e fala com clareza da sua inocência. Ele quer que seja investigado, mas de forma legal. Qualquer cidadão pode ser investigado, processado. Desde que tenha seu direito de defesa preservado.

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