O governador do Rio, Wilson Witzel (à esquerda), e do deputado André Ceciliano, presidente interino da Alerj, na cerimônia de posse dos deputados - ARQUIVO O DIA
O governador do Rio, Wilson Witzel (à esquerda), e do deputado André Ceciliano, presidente interino da Alerj, na cerimônia de posse dos deputadosARQUIVO O DIA
Por CÁSSIO BRUNO

Na cerimônia de início do ano legislativo na Alerj, nenhum dos 64 deputados (a metade em primeiro mandato) empossados nesta sexta-feira, entre eles o presidente interino André Ceciliano (PT), falou, nos discursos, sobre a importância de se combater a corrupção. O governador Wilson Witzel (PSC), que citou a "ética" e a "transparência", sequer lembrou do assunto.

Neste sábado, Ceciliano deverá ser reeleito no cargo. A Mesa Diretora será formada e, em seguida, se reunirá. A tendência é que os parlamentares deem posse aos seis colegas presos suspeitos de... corrupção! A dica do que está por vir foi dada pelo petista em entrevista à Coluna publicada nesta sexta-feira: "Eles não são condenados e foram eleitos".

O mesmo de sempre

O microfone do plenário foi usado apenas para declarações como "Lula livre", "Bolsonaro presidente" e "Justiça para Marielle". Nenhuma palavra pedindo punição para políticos corruptos.

Contra ou a favor?

Pior e constrangedor foi nos corredores da Alerj. Poucos deputados quiseram se declarar a favor ou contra a posse dos seis parlamentares presos. "Não acho nada", afirmou Tia Ju (PRB), que comporá a Mesa Diretora.

Acordo

Para terem direito a uma cadeira na nova Mesa Diretora, os integrantes, que serão anunciados na sessão de hoje, tiveram de assumir o compromisso de dar posse aos colegas detidos.

Aliás...

Vários assessores desses parlamentes que passam uma temporada no presídio de Bangu 8 circulavam ontem durante a cerimônia na Alerj.

Nem deu as caras

Convidado, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, passou longe da posse. Recentemente, ele criticou a falta de transparência na Alerj. O Ministério Público investiga movimentações bancárias suspeitas de deputados e assessores.

Só que...

Witzel agradeceu a presença de Gussem. O procurador também foi lembrado por Ceciliano.

Recordar é viver

Em 2011, Paulo Melo (MDB), que também está preso, se elegeu presidente da Alerj com 66 votos, duas abstenções (Marcelo Freixo e Janira, ambos do PSOL) e um voto contra: Clarissa Garotinho (Pros).

A hora da verdade

Ou seja: foi possível e registrado o voto "não" contra Melo. Talvez seja a solução para quem diz se abster neste sábado por não querer votar em Ceciliano. Caso, por exemplo, dos dois deputados do Partido Novo e dos 12 do PSL.

Foi solto?

O painel, veja no destaque, marcou a presença de um dos seis deputados presos: Anderson Alexandre (SD), cujo nome ficou da cor verde por alguns minutos. Muita gente não entendeu.

Deputado preso foi marcado como presente - Reprodução

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