O deputado estadual Max Lemos, do MDB - Rafael Wallace
O deputado estadual Max Lemos, do MDBRafael Wallace
Por CÁSSIO BRUNO

Um dos mais fieis aliados do ex-presidente da Alerj Jorge Picciani, preso na Lava Jato, o deputado Max Lemos, padrinho de seu casamento, deve deixar o MDB em breve. O parlamentar tenta descolar a imagem do partido envolvido em corrupção e do amigo. Ele quer ser candidato a prefeito de Nova Iguaçu, em 2020. Já está com um dos pés no PDT.

Apesar da estratégia, Max evita criticar Picciani e ainda o chama de "presidente". No entanto, o ex-prefeito de Queimados não poupa o partido ao qual se filiou há 24 anos. "Precisa ser repensado", disse à Coluna.

O DIA: Deixará o MDB?

MAX LEMOS: Ainda não decidi. Mas o MDB precisa ser repensado. Não apenas no Rio. No Brasil. O partido é maior do que as pessoas. Consolidou a democracia brasileira. Capitaneado pelo Ulysses Guimarães, foi fundamental para o momento que vivemos hoje. Se não for repensado e realinhado, os grandes quadros terão dificuldade de continuar.

Negocia com outra legenda?

Visitei meu velho amigo Carlos Lupi (presidente nacional do PDT). Não é segredo para ninguém a minha origem. Foi no PDT que comecei. Tenho um irmão que se chama Leonel (em homenagem ao ex-governador Leonel Brizola). Temos um amor grande pelo PDT. Fiquei feliz com a recepção.

O MDB foi o principal partido atingido pela Lava Jato. A cúpula no Rio está presa. Imaginava esta situação?

Não esperava. Não tinha conhecimento das coisas que foram apresentadas (casos de corrupção). E lamento o momento em que vivem os políticos do MDB.

O que achou do último depoimento do Sérgio Cabral?

Espero que esteja falando a verdade. Só lamento por ele não ter feito antes.

Por quê?

Teve oportunidade de fazer. Por que não fez há mais tempo? Se houve as denúncias e ele tem a oportunidade de se defender, espero que prove.

Como está sua relação com o Picciani?

A relação minha com o presidente Picciani é de duas formas. Uma é a política. Ele e os filhos (Leonardo, ex-deputado federal e ex-ministro do Esporte, e Rafael, ex-deputado estadual) sempre cumpriram os compromissos com Queimados, onde sempre tiveram boa votação. A convivência política acabou construindo uma amizade. O Picciani cumpriu o papel como deputado. Queimados mudou com investimentos por meio dos mandatos dele e dos filhos.

Você acredita nele?

Tenho dificuldade de dizer se é culpado ou inocente sem conhecer os detalhes. O presidente Picciani tem a história dele e eu a minha. Ele tem o DNA dele. Tenho o meu.

Será candidato a prefeito de Nova Iguaçu?

O Poder Executivo me anima. Fui prefeito duas vezes. Tenho vontade de ser candidato em 2020.

Pelo PDT?

Seria um privilégio.

Você pode gostar
Comentários