O governador do Rio, Wilson Witzel (à esquerda), com o presidente da Cedae, Helio Cabral - Divulgação
O governador do Rio, Wilson Witzel (à esquerda), com o presidente da Cedae, Helio CabralDivulgação
Por CÁSSIO BRUNO

A Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) convocará o presidente da Cedae, Helio Cabral, para dar explicações sobre as 54 demissões da empresa. A dispensa em massa foi publicada com exclusividade pela coluna Informe do Dia.  

A audiência pública com Cabral está marcada para a próxima segunda-feira, às 9h, no auditório Nelson Carneiro, prédio anexo da Alerj. 

"O que está acontecendo é uma vergonha. Estão desmontando a Cedae e tenho certeza que tem interesse por trás disso", afirmou a deputada Lucinha (PSDB), vice-presidente da comissão.

A Cedae ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.  

Detalhe: o presidente da comissão é Gustavo Schmidt (PSL). O pai dele, Gustavo Modesto Schmidt, foi nomeado assessor operacional da Região Metropolitana da empresa, mas tem status de diretor, como também revelou a coluna Informe do Dia. Lei das estatais veta a nomeação de parentes de políticos para cargos de direção.

Além disso, a empresa do pai do parlamentar, a Yeshua Engenharia e Consultoria Ltda., aparece como credora de R$ 300 mil na lista de fornecedores da Emissão S/A, que presta serviços à Cedae. As leis 13.303 (que regulamenta as estatais), 8.666 (de licitações) e o Código de Ética da Cedae proíbem negócios entre funcionários e empresas prestadoras de serviços à companhia. Esse é outro caso revelado pelo Informe do Dia.

Boa parte das demissões é de engenheiros com 40 anos de trabalho dedicados à Cedae e de gente ligada ao secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão. A companhia, agora, está subordinada ao secretário estadual da Casa Civil e de Governança, José Luís Cardoso Zamith.

Helio Cabral ainda responde a processo pelo rompimento da barragem em Mariana, em 2015, quando era conselheiro da Samarco. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, ele e outros conselheiros sabiam dos riscos e nada fizeram para impedir a tragédia.

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