O prefeito Marcelo Crivella (à esquerda) e Paulo Messina - ReproduÇÃO
O prefeito Marcelo Crivella (à esquerda) e Paulo MessinaReproduÇÃO
Por CÁSSIO BRUNO

Apelidado de “primeiro-ministro” do prefeito Marcelo Crivella (PRB), Paulo Messina (PROS), de 43 anos, é chefe da Casa Civil, mas se licenciou para assumir o mandato de vereador e tentar barrar o impeachment. À coluna, Messina ataca a Secretaria de Conservação e diz que Crivella terá de apresentar “provas de inocência”.

ODIA: Você continua na comissão processante. Um alívio ao governo?

PAULO MESSINA: Não sei se foi um alívio porque, desde o dia em que saí de lá, não estou mais em contato com o governo. Nem com o prefeito nem com os secretários.

A denúncia do Fernando Lyra é consistente para um caso de impeachment?

Para pedir o arquivamento, terão de vir provas de inocência (do Crivella). Não é só não virem provas de acusação. Se a gente mandar arquivar, de forma prematura, sem ter todas as provas de inocência, a gente vai se desgastar com a sociedade. Queremos provas de inocência para arquivar o processo. Não vai ser só desqualificar o Lyra. Nem desqualificar provas.

O Crivella terá que provar a inocência?

Não somos o judiciário em que existe uma presunção do ônus da prova de quem acusa. Este é um processo, de fato, político e a gente deve uma resposta à sociedade e a resposta tem que vir de forma clara. De forma clara é dizer: o prefeito não participou.

O prefeito errou na condução da articulação política com a Câmara?

A prefeitura passou dificuldades financeiras graves em 2017. O morador tem uma percepção de que os serviços públicos deixaram a desejar. O morador cobra ostensivamente o vereador. E o vereador sofre desgaste.

Mas muitos vereadores reclamam que perderam os cargos no governo.

Não é só isso. Quando o vereador pede ou indica, até um técnico, o que ele quer, na verdade, não é dar o emprego ao cara. É de que o morador entenda que ele está com prestígio com o prefeito naquela região.

Você se sente responsável pela falta de articulação com a Câmara?

Não porque eu tinha essa atribuição em 2017. Em 2018, o convite para o qual eu fui, a Secretaria da Casa Civil, tem o trabalho de articular as secretarias da prefeitura. E nós fizemos muitas mudanças.

O governo ficou, então, sem articulação?

Existiam outras peças. Na liderança do governo, tinha o Dr. Jairinho (MDB), e a subsecretaria de Assuntos Legislativos.

Como vê o trabalho do prefeito nas chuvas?

Foi falha da Conservação. O COR (Centro de Operações Rio) faz o anúncio com antecedência suficiente e as equipes não vão para a rua. Claramente, você não tem trabalho prévio. Este ano, a limpeza prévia de bueiros parou. O poder de reação da Conservação deixou o prefeito vendido.

Sonha em ser prefeito?

Não é o momento. Sou pré-candidato a vereador. Daí para frente, a gente vê o que acontece. Na política, você nunca pode ter pressa.

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