O DIA: O que muda na secretaria a partir de agora?
CLEITON RODRIGUES: Estruturalmente, nada. Muda a forma de gerir.
E o que isso quer dizer?
Que eu tenho um estilo de gerenciar mais proativo. Sou mais de rua e, ao mesmo tempo, recebo as pessoas. Não estou criticando o estilo anterior. Só estou dizendo qual é o meu estilo.
Na prática, haverá mudanças efetivas?
Mudarei o comando do programa Segurança Presente. O comandante será um coronel da PM. O coronel F.Ramos (Miguel Francisco Ramos Júnior, atualmente assessor-chefe da Assessoria de Segurança da Secretaria da Polícia Militar).
Por que trocará o comando do programa?
Porque o governador Witzel me determinou que usasse um novo critério. O critério de quem comanda uma tropa deste tamanho tem que ser um coronel que já tenha comandado batalhão. Inclusive para facilitar a interlocução da Polícia Militar com o comando dos batalhões de áreas. Será coronel falando com coronel.
Como ficará o programa?
Estamos analisando o programa. Já temos previstas nove ampliações que começam a partir do mês que vem. O efetivo aumentará.
A troca foi política?
De jeito nenhum. A troca de comando do programa Segurança Presente será técnica. Inclusive, a indicação do coronel Ramos foi do secretário da Polícia Militar.
Haverá outras novidades na Secretaria de Governo?
Pretendo ampliar a (Operação) Lei Seca, que considero a joia da coroa. Aumentaremos as equipes. Porque, hoje, as equipes estão distribuídas na capital e também no interior do estado. Então, de certa forma, como ela foi para o interior, nós perdemos algumas equipes na capital e nos arredores.
Tem dinheiro?
Estou buscando junto à Casa Civil, à Secretaria de Fazenda e à vice-governadoria uma solução.
Por que exatamente o governador demitiu o Gutemberg Fonseca?
É uma pergunta que você tem que fazer a ele. Não é uma pergunta que eu tenha legitimidade para responder.
A proximidade do Gutemberg com a família Bolsonaro foi um fator?
Não. De novo: essa pergunta é para o governador. Mas não acho que esse tenha sido um fator, não. Até porque o governador é um aliado do presidente Bolsonaro.
Os gestos do governador Wilson Witzel parecem buscar um distanciamento do presidente Jair Bolsonaro. Ou não?
Não, de jeito nenhum. Pode ser uma interpretação, mas não é essa a intenção, não. O governador não vai se afastar do presidente da República, entre outras coisas, porque é muito importante essa proximidade pelo momento que o Rio de Janeiro vive. Recuperação fiscal, crise. A proximidade com o governo federal e com o presidente Jair Bolsonaro, para nós, é fundamental.
Mas o governador tem pretensões de ser candidato à Presidência, em 2022. E o presidente não descarta a reeleição. Ou seja: em um futuro muito próximo, os dois serão adversários. Como vocês estão tratando isso?
O governador é claro: é candidato a governar o Rio de Janeiro até o final. Ele não tem, neste momento, um pensamento fixo na presidência da República. Ele está trabalhando para recuperar o Estado e devolver à população a segurança pública, a autoestima do povo fluminense. Não há essa campanha eleitoral para presidente. Não tem isso. O governador está focadíssimo na recuperação do estado.
O Witzel tem declarado que é candidato a presidente em todo lugar que vai.
Não é isso que o governador diz. Ele é muito claro ao afirmar: “Se o presidente Bolsonaro não for candidato, eu posso ser candidato. Preparado para isso eu sou”.
O senhor assume, agora, um cargo com uma relevância, no primeiro escalão do governo. E o senhor vai acumular a função de continuar sendo o articulador político na Alerj. Como funcionará?
Em via de regra, o secretário de Governo, normalmente, é um articulador.
E por que isso não acontecia antes?
Porque o governador achou por bem, como eu era chefe de gabinete dele, mas tinha uma experiência política, que eu fizesse a articulação.