O DIA:O Romário já descartou disputar a prefeitura do Rio em 2020?
MARCO SAN: O partido (Podemos) trabalha no sentido de compor com o prefeito Crivella. Até porque estamos participando do governo.
Não há chances de o Romário concorrer?
Neste momento, caminhamos para efetivar a aliança.
Pode mudar?
Creio que não.
O que ficou acertado entre o Romário e o Crivella para a eleição?
Na verdade, não tem nenhum tipo de acordo específico. Já era para estarmos
participando do governo desde o início. Ocorreram alguns conflitos de informação e de entendimento quanto ao espaço político. Mas, agora, por exemplo, com a secretaria da Pessoa com Deficiência e Tecnologia, é o espaço que a gente está tendo para dar visibilidade aos quadros do partido.
Por que não teve acordo no início do governo?
Havia uma expectativa já que o Romário foi um dos primeiros a apoiá-lo logo no primeiro turno. Mas perdemos a direção do partido em função da escolha. E, na época, o prefeito também estava com a política de enxugar secretarias. No fim, ocuparíamos uma subsecretaria e não uma secretaria. Então, não teve um acordo.
Quantas pessoas do grupo do Romário trabalham hoje na prefeitura?
Eu.
Mais ninguém?
O senador Romário não me pediu absolutamente nada. Só para que eu fizesse um trabalho de visibilidade com a pessoa com deficiência. Inclusive, para olhar a questão das doenças raras, que é um tema que ele mais trabalha.
Por que o Romário decidiu se aliar ao Crivella?
Porque ele acha que a cidade precisa de unidade. O tecido político foi todo rasgado no Rio de Janeiro e desunião entre as instituições tende a rasgar mais ainda. Como cidadão da cidade do Rio, o Romário entende que é preciso hoje um momento de união, de canalizar recursos e torcer para que os dirigentes que estejam à frente façam o melhor possível.
Mas o Romário xingou o Crivella publicamente. Fez duras críticas e disse que ele não era o prefeito adequado para o Rio. Por que mudou de opinião?
Águas passadas. O Romário hoje é uma pessoa muito mais madura na política e tende a olhar o coletivo de uma forma mais objetiva.
O Romário vai pedir votos para o Crivella na rua? Como ficou acertado?
Será natural, principalmente, na medida que a política pública na área da tecnologia e da pessoa com deficiência começar a inaugurar ações. Vão se encontrar em inaugurações, em eventos. Quando a política pública dá certo na ponta, não há problema nenhum.
Digo na campanha.
É uma coisa pensada lá na frente. Não é o momento. Depois de junho (de 2020), quando se efetivam as candidaturas, traçaremos as estratégias, os planejamentos e as agendas. O senador está preocupado agora que a cidade dê certo.
O que deu errado na campanha para governador?
Não tínhamos estrutura partidária ainda. Tivemos dificuldades em fazer alianças, de dar corpo à candidatura. Além disso, fomos pegos pelo fenômeno Jair Bolsonaro. O (governador Wilson) Witzel conseguiu canalizar esse perfil de voto, a onda Bolsonaro.
A gestão Crivella acaba em 2020, podendo ou não ser reeleito. Dará tempo de fazer um trabalho relevante na secretaria? Quais são os planos?
Vamos inaugurar em outubro o Centro de Referência do Tratamento da Pessoa com Deficiência, principalmente do autismo. Já lancei edital e a gente inaugura na segunda quinzena de outubro, na altura da Praça Seca.
Como será a fiscalização das leis voltadas para os deficientes?
Vou pôr nas ruas, em 10 dias, no máximo, blitzes em parceria com a Secretaria municipal de Transportes, que poderão multar as empresas de ônibus que não estão com o equipamento adequado. Faremos todo um trabalho de educação, de sensibilização.
As fiscalizações das empresas de ônibus, por exemplo, serão rotina?
Permanente. Não precisarei de muitos recursos para fazer isso. É mais atitude.