Jorge Gonçalves da Silva, presidente da Emater - Divulgação
Jorge Gonçalves da Silva, presidente da EmaterDivulgação
Por CÁSSIO BRUNO
RIO - Apesar de ter resistido, o PRB indicou Jorge Gonçalves da Silva, presidente da Emater, para comandar a Secretaria de Trabalho, criada para o partido pelo governador Wilson Witzel (PSC) em troca de apoio na Alerj. Jorge terá de se descompatibilizar do atual cargo. 
"O estado precisa reverter o cenário da crise. A secretaria é de primordial importância neste processo", afirmou Jorge à coluna Informe do Dia na noite desta quinta-feira.  
Publicidade
No momento, porém, o projeto maior da legenda ligada à Igreja Universal é reeleger Marcelo Crivella. Tudo sob a chancela do bispo Edir Macedo. O prefeito, por sua vez, aguarda ansioso o apoio do presidente Jair Bolsonaro, possível adversário de Witzel em 2022. O PRB ocupava a pasta da Agricultura, mas o governador passou para o PP. A indicada seria a deputada federal Rosângela Gomes, que não aceitou.

NEGOCIAÇÕES DURARAM DUAS SEMANAS

A novela já durava quase duas semanas. Os três deputados estaduais do PRB (Tia Ju, Carlos Macedo e Danniel Librelon) chegaram a se encontrar com Wilson Witzel. Mas não havia acordo. A estrutura da Secretaria de Trabalho está pronta. Integrantes do governo afirmam que aguardavam a decisão do partido da Universal apenas porque o governador depende de os parlamentares ficarem em sua base de sustentação na Assembleia. Isso por causa das incertezas provocadas pela bancada do PSL, antes uma aliada, com 12 deputados.

JÁ ADMITIA NÃO ASSUMIR COMO DEPUTADO

O principal interessado na ida de Rosângela Gomes ao Palácio Guanabara era, claro, Crivella. A mudança abriria caminho para o filho dele, Marcelo Hodge Crivella, assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados. Mas, nos bastidores, o próprio Marcelinho, como é conhecido, já admitia ser praticamente impossível fazer a manobra neste momento. A turma do PRB, então, optou por um plano B. A troca de secretarias foi acertada entre Witzel e Marcos Pereira, presidente nacional da legenda.

PREFEITO FEZ TUDO PARA ATRAPALHAR

Crivella, aliás, trabalhou ontem, nos bastidores, para atrapalhar a votação do projeto de lei que restringe o transporte em carros particulares no Rio. Ligou para vereadores da base. Pediu para não aparecerem por lá. Deu certo: não houve quórum. Um dos autores é Jorge Felippe (MDB), presidente da Câmara e com base eleitoral entre taxistas. Crivella quer evitar desgaste com as categorias ao ter de sancionar ou vetar.

OS EFEITOS DA BRIGA POR AQUI

Dos 12 deputados estaduais do PSL, apenas cinco apoiaram o presidente nas redes sociais sobre a briga dele com o comando nacional da legenda. E dos outros 12 federais do Rio, só quatro se manifestaram a favor.

UMA ‘DIFÍCIL REVERSÃO’

A situação dos bolsonaristas ficou tão insustentável que o deputado federal Márcio Labre deu o recado: “O cenário posto impõe aos membros do PSL seguir com Bolsonaro ou com o grupo de Bivar. Difícil reversão”.

NÃO ESTÁ MAIS CONFIANTE

Witzel confidenciou a deputados, na reunião com municípios produtores de petróleo, que o Rio perderá no julgamento do STF sobre a redistribuição dos royalties. Disse que calculou errado o placar dos votos dos ministros.

MOSTROU ATÉ FOTOS NA SESSÃO

O deputado Max Lemos (MDB) pedirá segurança a Witzel. Alega ter feito acusações sobre supostos milicianos que teriam se reunido com o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PR). Max é pré-candidato lá.

UMA BAIXA

Cláudio Dutra, presidente do Inea, deixou ontem o cargo. Ele mandou mensagem de despedida e tudo. Foi indicado por Lucas Tristão, secretário de Desenvolvimento Econômico.

PICADINHO

Encerram hoje as inscrições para o Festival MIMO de Cinema 2019. Informações pelo site: www.mimofestival.com

A CNC recebe hoje, em sua sede, a 2ª Conferência de Comércio Internacional e Serviços do Mercosul.

O Espaço Cultural Rede do Bem, em Nova Iguaçu, vai festejar amanhã, a partir das 15h, o Dia da Crianças. A entrada é franca.

DESCE

SÉRGIO CABRAL

O ex-governador do Rio foi condenado pela 12ª vez e acumula penas que somam 267 anos de prisão.

DESCE

JEFFERSON RAMOS

Ex-subsecretário de obras de Nova Iguaçu, na gestão Rogério Lisboa, foi preso em ação contra milicianos.