Uma proposta do governador Wilson Witzel (PSC), enviada à Alerj, tenta alterar a legislação vigente, permitindo que escolas da rede estadual sejam dirigidas por militares. A iniciativa faz parte de uma das principais bandeiras da campanha do governador: a criação de colégios militares. Só no ano que vem ele deve inaugurar de 25 a 30 unidades deste tipo. Duas serão em batalhões da Polícia Militar, na Baixada: uma em Queimados e outra em Mesquita.
Secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes (PSC) garante que a grade curricular será a mesma das demais escolas, além do corpo docente. "Não teremos reserva de vagas para filhos de militares, nem PMs, nem bombeiros", defende. Enquanto a gestão e a direção ficarão com militares, os servidores civis ministrarão aulas e assumirão tarefas administrativas, o que está sendo alvo de críticas.
Apesar de a proposta fixar que não haverá hierarquia entre os professores e os oficiais da ativa e da reserva, o documento delega aos militares as funções de gestão disciplinar e estratégica, com a "difusão de valores humanos e cívicos". Mas o governo ainda não esclareceu o que isso quer dizer na prática. "São colégios vocacionados ao ensino da hierarquia militar", completa Fernandes.