Por O Dia

Parlamentar com mais de 26 anos de atuação no Rio de Janeiro, com mandatos de vereador, deputado estadual e federal e vice-prefeito, Otávio Leite, de 58 anos, cuida atualmente de alavancar o turismo fluminense, como titular da pasta na gestão Wilson Witzel (PSC). Os números que mostram a maior procura pelo Rio de Janeiro desde o Réveillon (na capital houve número recorde de visitantes: 1,7 milhão) ajudam a reforçar o empenho do secretário em valorizar ainda mais o setor no estado. "De acordo com estudos da Fundação Getulio Vargas, para cada um real investido em promoção turística temos um retorno de R$ 17. É preciso divulgar o Brasil no exterior, para o mercado norte-americano, por exemplo, para o qual hoje existe a isenção do visto de entrada aqui no Brasil. Só que para isso é necessário a promoção e publicidade”, disse Otávio. Veja a seguir alguns trechos da entrevista.

Como foi esse primeiro ano do senhor à frente do Turismo no Rio?

Esse primeiro ano foi um ano de muitas conquistas. O turismo voltou a exercer o protagonismo que é próprio a sua vocação maior. E que é a vocação maior do Rio de Janeiro. Isso é muito relevante.

E como isto foi possível?

Nós inserimos o Rio de volta em um contexto de mercado tanto nacional quanto internacional através da participação de muitos certames, feiras nacionais e internacionais. O nosso governador tem plena compreensão da importância do turismo como forma de recuperação econômica do estado. Nós também fechamos o ano com a realização de uma promoção que há muito tempo não acontecia, uma campanha em nível nacional, que tem dado resultados interessantes, com aumento do fluxo (de turistas). Conseguimos uma decisão básica e fundamental de que despesas com promoção turística são despesas de utilidade pública e isso foi muito importante.

O turismo é o novo petróleo do Rio de Janeiro?

Essa frase é do governador, que virou uma máxima, Nós temos muitos 'barris de óleo com teor turístico' sendo descobertos. A gente fechou o ano com ocupação hoteleira 22% maior que 2018. Estou enfatizando isso porque, ao final, o que importa é que as pessoas desembarquem aqui de barco, avião, ou de carro e fiquem, gastem e consumam aqui, gerando riqueza e empregos no Rio de Janeiro.

Mas a violência ainda preocupa... 

Turismo e segurança andam lado a lado em qualquer lugar do mundo. Desde o início, nós estamos trabalhando de forma muito integrada com a secretaria da Polícia Civil e Militar, acompanhando o monitoramento. O governo adotou uma medida que é muito importante, a expansão do Segurança Presente para os eixos turísticos. E os indicadores de segurança estão melhorando, os números indicam diminuição da criminalidade nos eixos turísticos. As coisas estão melhorando.

E a ideia de aumentar o número de voos para a cidade do Rio? 

Essa tem sido uma luta fundamental. Nós conseguimos depois de uma luta intensa a autorização para o estado praticar uma política tributária que permitisse atração de novos voos, a GOL, por exemplo, já ampliou em 17% a oferta em seus assentos e várias companhias aéreas estão revendo suas malhas, Reduzimos de 13% para 7%, para ela ampliar os números de assentos, pode ser 9% dependendo dos números de assentos oferecidos a mais em relação ao que era praticado até julho. Todos ganham.

Qual a expectativa do senhor para o Carnaval no Rio?

O Carnaval é um evento consagrado, e nosso objetivo é ir além, é fazer com que o sambódromo funcione o ano inteiro, com ofertas de eventos mais variados. Onde o samba e a cultura do Carnaval teriam uma participação hour concours. Não está certo o sambódromo ficar parado durante um ano esperando o Carnaval. É preciso que fique funcionando constantemente durante o ano todo. O estado está disposto a assumir o sambódromo e gerenciar o projeto.

Qual o investimento no Turismo para 2020?

A previsão de investimento está na ordem de R$ 100 milhões de reais. Em 2019 foi de R$ 20 milhões. Antes era zero.

Como se deu a escolha do senhor para o cargo?

Eu fui o primeiro secretário, logo no início, escolhido pelo governador, a minha indicação teve um lastro muito técnico, embora eu tenha uma trajetória de 26 anos seguidos de mandatos, eu exerço esse papel de escolha pessoal do governador. E com retaguarda por assim dizer, de legitimação do setor turístico, eu sou secretário por isso. Eu não fiz parte de negociação política nenhuma. Eu me olho no espelho e me vejo como Otávio Leite, um técnico.

Como é a relação do senhor com o governador?

Eu dialogo diretamente com o governador. Fiquei duas horas e meia com ele na última sexta, trocando ideias e procurei trabalhar muito na percepção do turismo. Levei feiras de turismo internacionais para ele perceber a nítida relevância estratégica do turismo. Mas ele tem uma percepção muito clara. Ele é um governador aberto, extremamente apoiador das iniciativas e dá muita liberdade de trabalho.

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