Por O Dia
Ministro-chefe da Secretaria de Governo e um dos responsáveis pela articulação política do governo Jair Bolsonaro, Luiz Ramos disse que o governo vai buscar em 2020 um estreitamento de laços com o Congresso Nacional. Pelo Twitter, o ministro falou em um relacionamento cada vez mais "institucional e fraterno com o Parlamento".

"Primeira semana do ano, estamos muito motivados para fazer o nosso melhor em 2020!", escreveu o ministro. Na postagem, Ramos escreveu que "a democracia nos impõe diálogo e conciliação", e disse que o plano do governo para melhorar o relacionamento com o Parlamento passa pelos seus presidentes, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Câmara e Davi Alcolumbre (DEM-AP), no Senado. Ramos ainda citou os "líderes de partidos políticos" como parte do "relacionamento institucional".

No ano passado, Ramos assumiu em junho a articulação do governo junto a deputados e senadores. Antes uma incumbência da Casa Civil de Onyx Lorenzoni, a articulação política passou por mudanças depois de sucessivas derrotas do governo no Congresso, como os decretos de flexibilização à posse e ao porte de armas, derrubados no Senado. As mudanças ocorreram após a saída do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo.
Oito políticos deixaram suas siglas
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No ano em que, pela primeira vez, o presidente da República desfiliou-se do partido pelo qual se elegeu, ao menos oito congressistas deixaram suas respectivas siglas. O caso mais recente é o do deputado federal Marco Feliciano (SP), que teve sua expulsão do Podemos confirmada pela executiva nacional do partido anteontem.
Confira os membros do Congresso Nacional que foram expulsos ou decidiram deixar seus partidos.
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Alexandre Frota
A saída forçada de Alexandre Frota do PSL ocorreu após uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro e seus filhos. Ele atacou colegas de bancada e foi criticado por se abster na votação do 2º turno da reforma da Previdência na Câmara. Com a expulsão, Frota manteve seu mandato parlamentar e acabou filiando-se ao PSDB, após convite do governador de São Paulo, João Doria.
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Átila Lira
Um dos deputados do PSB que desrespeitaram a orientação do partido e votou a favor da reforma da Previdência, Átila Lira (PI) foi o único parlamentar expulso como consequência do caso até o momento. Ele foi julgado individualmente pela Executiva Nacional do PSB por ter sido considerado reincidente. Assim como Lira, outros dez deputados da bancada do PSB votaram a favor da reforma na primeira votação na Câmara, apesar de o partido ser contra a proposta. O mesmo ocorreu com deputados do PDT, que foram suspensos de suas atividades partidárias mas não saíram definitivamente das siglas Lira filiou-se ao PP.
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Selma Arruda
O desentendimento da senadora Selma Arruda com o PSL ficou insustentável com a articulação da CPI da Lava Toga, que propunha investigação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Após apoiar a criação da CPI, Selma foi pressionada por colegas a voltar atrás. O senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, articulava pela derrubada do requerimento de CPI. Chamada de 'Moro de Saias' por sua atuação como juíza, Selma se recusou a retirar a assinatura e, em seguida, filiou-se ao Podemos. Pela regra do Senado, ela está livre para mudar de partido sem perder o mandato. Em dezembro, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato de Selma por caixa 2 e abuso de poder econômico na campanha de 2018. Apesar de o resultado do julgamento do TSE já ter sido publicado, ainda falta a Mesa Diretora do Senado declarar oficialmente a vacância do cargo, o que deve acontecer em fevereiro.
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Flávio Bolsonaro
Com o lançamento do Aliança pelo Brasil, partido ainda a ser criado, o filho primogênito do presidente Jair Bolsonaro seguiu o pai e assinou sua desfiliação do PSL. Ele deve ser o vice-presidente do Aliança. Para tirar o partido do papel, será necessário reunir cerca de 492 mil assinaturas. A participação nas eleições municipais de 2020 só pode ocorrer caso o processo seja homologado até 4 de abril. Flávio mantém o mandato de senador, mesmo sem partido.
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Bia Kicis
Em um desdobramento da crise interna no PSL, o partido resolveu expulsar a deputada federal Bia Kicis (DF) no mês passado. Ela pertence à ala bolsonarista do partido, que tem articulado pela criação da Aliança pelo Brasil. O presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), justificou a expulsão alegando que Bia Kicis teria praticado 'grave infração ética' e 'infidelidade partidária'. A expulsão é um desdobramento da crise interna no partido, que resultou em 14 deputados suspensos de suas atividades - entre eles, Eduardo Bolsonaro (SP).
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Jorge Kajuru
Em setembro de 2019, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) trocou de partido pela segunda vez desde sua eleição para o cargo. Eleito pelo PRP, ele filiou-se ao PSB antes mesmo de assumir o cargo. Sua permanência na sigla durou pouco mais de sete meses. Ele deixou o partido em julho, alegando divergências com orientações da legenda, e filiou-se ao Cidadania cerca de dois meses depois.
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Marcos do Val
Eleito no Cidadania (ex-PPS), o senador Marcos do Val (ES) decidiu em julho que iria trocar de partido e se filiar ao Podemos, do candidato derrotado à Presidência Alvaro Dias (PR). Na nota que divulgou sobre a mudança, Marcos do Val não explicou o motivo e ressaltou que mantinha boas relações com as lideranças do Cidadania.
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Marco Feliciano
O Podemos decidiu expulsar o deputado Marco Feliciano (SP) em dezembro, o que foi confirmado pela executiva nacional do partido anteontem. A denúncia que originou a expulsão cita uma série de acusações, entre elas os gastos de R$ 157 mil referentes a um tratamento odontológico pago pela Câmara, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ele diz que espera "ordens" do presidente para filiar-se ao Aliança pelo Brasil.
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