O governo do estado do Rio de Janeiro tem como estimativa investir R$ 7,7 bilhões na área de edução neste ano. Em comparação com o ano passado, será uma redução de R$ 300 milhões. Apesar do fechamento de muitas turmas e escolas nos últimos anos, o secretário estadual de educação, Pedro Fernandes, mostra otimismo ao falar dos avanços que têm sido alcançados pela pasta. Ele afirma que a intenção é valorizar o profissional da aérea. "Este ano nós temos o desafio de fazer a valorização dos nossos servidores. Buscar junto à Secretaria de Fazenda, a pedido do governador Wilson Witzel, algum caminho para valorizar nossos profissionais. Vamos investir cerca de R$ 100 milhões para que a gente possa aprimorar e melhorar as condições dos nossos professores em sala de aula. Nós acabamos praticamente com o déficit de professores, contratamos 14 mil profissionais. Só quase 5% das escolas tinham grade de professor completa, hoje já chegamos a 96%", disse Pedro Fernandes à coluna. Confira a seguir trechos da entrevista.
Quais os projetos do senhor para a educação no Rio de Janeiro?
Em 2019 nós focamos na questão interna. Gestão de contratos, recursos, auditamos tudo e, com isso, nós conseguimos um fôlego financeiro e recursos necessários para melhorar a infraestrutura das escolas. Tivemos mais de 3.200 obras reformadas. Investimos em compra de computadores, ar-condicionado, cadeiras, mesas, quadros... Temos que fazer a escola ser mais atrativa aos nossos alunos. Nós acabamos praticamente com o déficit de professores. Contratamos 14 mil professores. Só quase 5% das escolas tinham grade de professor completa, hoje já chegamos a 96%.
O senhor falou de 14 mil professores contratados. Mas recentemente disse que irá resolver o déficit de mais de 2.000 profissionais contratando docentes por horas extras, Gratificação por Lotação Prioritária (GLP)...? Como é essa matemática?
Esses 14 mil que eu digo estão dentro: os novos concursados, a contratação temporária e a ampliação de carga horária, que é o caso das horas extras. A gente supriu dessa forma. A projeção para este ano é de 120 mil tempos de aula. Investimos R$ 110 milhões no ano passado e investiremos R$ 140 milhões este ano para ampliar carga horária de professor até porque estamos abrindo novas escolas.
Como resolver o problema déficit de aprendizagem dos alunos?
Esse é um dos maiores desafios. Nós retomamos o processo de avaliação da rede, que não acontecia há alguns anos. Estamos ampliando isso para os municípios. Temos pouco tempo no ensino médio para resolver esse problema. Precisamos trabalhar esses alunos. Estamos criando um programa de incentivo às prefeituras para que elas possam criar aulas de reforço e intervir nesse problema nos primeiros anos da infância.
E por que foram fechadas mais de mil turmas no ensino médio nos últimos anos?
Você pega numa mesma escola, em um mesmo turno. Que por exemplo tem duas turmas de 3º ano, uma com quatro alunos outra com cinco alunos. Você não precisa manter duas turmas, junta uma turma com 9 alunos. Nesses casos é necessário fazer porque não tem motivo para gastar dinheiro público de uma forma desnecessária como essa. Essa otimização é totalmente necessária.
Mas 60 horas semanais não é uma carga de trabalho excessiva para um professor?
Essa é uma lei federal, nem consigo intervir nisso. Eu como professor já trabalhei por diversas vezes 60 horas e nunca tive problema em relação a isso. Existe um limite máximo que nós não podemos exigir além disso e nem devemos, mas quem diz a carga horária que tem que trabalhar é o próprio profissional. É o tipo de coisa que a gente não interfere. Ela é facultativa para o servidor aderir ou não.
Mas isso esbarra na necessidade do professor em melhorar os seus vencimentos, não?
Quantas vezes a gente não fez freelancer fora do trabalho para buscar isso (uma melhoria nos ganhos)? A gente está em regime de recuperação fiscal. Não podemos fazer aumento de gastos no pessoal. É uma ótima oportunidade para o professor fazer um rendimento extra porque antigamente eles faziam isso nas escolas particulares. Hoje eu posso afirmar que a secretaria de educação do Rio paga uma hora aula muito maior que as escolas particulares. Pagamos por volta de R$ 18,43.
Quais os planos políticos do senhor?
Sou secretário de educação somente. Eu serei candidato ao que o governador determinar. Se ele falar que eu tenho que ser candidato a prefeito, eu serei. Se ele disser que eu não tenho que ser, eu não serei.