Carlo Caiado está em seu primeiro mandato como deputado estadual - Reprodução/Alerj
Carlo Caiado está em seu primeiro mandato como deputado estadualReprodução/Alerj
Por Alexandre Braz
Presidente municipal do Democratas no Rio de Janeiro, o deputado estadual Carlo Caiado, de 39 anos, ao contrário do que muitos possam pensar, não tem o seu primo Ronaldo (ex-candidato à presidente em 1989 e atual governador de Goiás) como principal referência na política. Para o parlamentar, que veio para o Rio ainda pequeno, o mentor na vida pública é vereador Cesar Maia (DEM), ex-prefeito por três vezes. "Aprendi com ele que é preciso estar nas ruas escutando a população". Caiado garante que o DEM terá candidato próprio em outubro e diz que o nome do ex-prefeito Eduardo Paes tem ganhado força no partido. "O primeiro (nome) é o Cesar Maia, mas ele não quer. Com a não aceitação do Cesar, nosso propósito é buscar o entendimento pela candidatura do Paes", destaca Caiado. Confira abaixo outros trechos da entrevista.
O senhor é presidente municipal do DEM. Como está o partido para as eleições municipais de outubro?
Teremos candidatura própria, temos três nomes. O primeiro é o Cesar Maia. O partido quer muito que ele seja candidato, mas ele não quer. O segundo é o Eduardo Paes. O terceiro mome seria o meu. Com a não aceitação do Cesar, o nosso propósito é buscar o entendimento pela candidatura do Paes. Entendemos que a cidade do Rio de Janeiro precisa muito de alguém com experiência e gestão comprovada. A situação hoje é comparável ao período em que o Saturnino Braga esteve na Prefeitura (na década de 1980). Precisamos criar um cenário político que possibilite a reconstrução da cidade. Vamos trabalhar por mais prefeituras no interior do estado também.
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O DEM tem o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Qual o peso e a importância dele para vocês?
O fato de termos em nossos quadros o Rodrigo Maia é fundamental. Ele se tornou uma referência da política no estado. E com a ausência dos antigos "caciques" do PMDB, precisamos de uma referência e o Rodrigo tem liderado esse processo. 

E como está o ex-prefeito Eduardo Paes?
Estamos tentando motivá-lo para que ele se candidate à Prefeitura novamente. Ele está voltando, tem gravado alguns vídeos, participado de algumas reuniões conosco, falando sobre política. Queremos seguir dialogando e definir a pre-candidatura em poucos dias. Sempre há críticas e elogios. Isso faz parte. Mas o que que o Rodrigo fez na presidência da Câmara? Ele teve equilíbrio, e deu à Casa a centralidade que o país precisa. Seja para o radicalismo da direita seja para o radicalismo total da esquerda. Isso é ter equilíbrio. E hoje a gente precisa disso.
O senhor é primo do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Veio para o Rio para expandir o nome da família politicamente?
Não, não teve nada a ver. É por uma coincidência boa da vida, apesar de eu idolatrar o Ronaldo. A minha família é toda de Goiás, estado dele, nasci lá, mas vim para o Rio com um ano de idade. Político Caiado aqui no Rio só tem eu. O Ronaldo também é uma referência. Em todas as minhas candidaturas tive apoio dele.

Quem é a principal referência do senhor na política?
A minha principal referência é o Cesar Maia. Através da militância do meu pai eu tive a oportunidade de conhece-lo, antes mesmo dele ser prefeito do Rio. Sempre incentivou muito os jovens a entrar na política. Ele me convidou para ingressar na juventude do partido dele na época, o PFL (antigo nome do atual Democratas). Eu sempre gostei de política e aceitei. Também por intermédio dele fui candidato a vereador, sendo eleito pela primeira vez em 2004. Ele tem centralidade e equilíbrio. Me ensinou a fazer as coisas acontecerem com inteligência, e que possam atender e ter união para que as coisas aconteçam. É importante escutar a todos.

O senhor está no DEM, um partido de direita, desde muito jovem. Em sua análise, depois de anos da esquerda no poder no Brasil, por que a direita voltou tão forte?
A política é cíclica, uma fase se abre e outra se fecha. Essas mudanças fazem parte. O PT cometeu seus erros e abriu espaço para um novo ciclo, em que a direita voltou com força. Nesse ciclo realmente o PT, com todas as falhas corruptivas que existiram, abriu uma brecha para um novo ciclo. A esquerda quando esteve no poder, mexeu muito de forma errada com alguns valores da família, por exemplo. Aí a direita veio com um discurso, mantendo sua firmeza, de resgatar esses valores. Ela ocupou esse espaço. A população queria um basta, uma ordem, um radicalismo que tem muitas vezes na direita para manter esse resgate dos valores. Isso prevaleceu nas eleições de 2018.
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E quais são os valores do Democratas?
A minha tese, com a maneira que eu vejo e partido vê, é manter o equilíbrio. Ser realmente o centro, para que você possa conduzir e planejar o estado e o país. Ter equilíbrio e união para que as coisas realmente aconteçam. Acredito que daqui para frente as pessoas vão buscar esse equilíbrio, vão procurar o centro. Procurar manter os valores, firmezas, trabalho e a transparência. Se você ver minhas proposições na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) são sempre buscando a transparência, a população quer isso.