Em live para O DIA, Paulo Rabello de Castro, garantiu que vai captar investimentos para a cidade - Fernando Frazão/Agência Brasil
Em live para O DIA, Paulo Rabello de Castro, garantiu que vai captar investimentos para a cidadeFernando Frazão/Agência Brasil
Por Sidney Rezende
 O economista e ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro, 71 anos, já se apresenta como pré-candidato à prefeitura do Rio em busca de indicação do seu partido, o PSC. O martelo ainda não foi batido, mesmo assim, ele garante ter o apoio do governador Wilson Witzel. Caso o seu nome seja aceito, Rabello disse que adotará o slogan: "Rio da Virada!". Com a exoneração da juíza Glória Heloiza, nesta sexta (6), a disputa dentro do partido ganha mais emoção. 

Paulo Rabello de Castro, o senhor é mesmo candidato a prefeito do Rio?
O governador Wilson Witzel nos lançou para Prefeito do Rio num domingo de Carnaval, em plena Sapucaí. Foi o batismo perfeito da nossa pré-candidatura. O lema da campanha será: o Rio da Virada! Precisamos dar a volta por cima de tantos anos, a cidade só marchando pra trás.
Como o senhor recebeu a disposição da juíza Glória Heloiza disputar indicação do nome dela dentro do PSC?
Como ela é mulher e minha educação é das antigas, ela sempre terá preferência na largada. Mas, na chegada, valerá experiência, competência e paixão pelo Rio.

O que o eleitor está buscando?
O perfil do eleitor já está definido: ninguém mais aguenta tanta desordem, corrupção e incompetência. Vamos aposentar a política velhaca, fazer uma gestão criativa e inteligente, economizando cada centavo do carioca. Prioridades serão as obras e programas para melhorar muito a vida e a segurança de todos. Saúde, ordem pública, empregos, BRT etc. Será o Rio da Virada. O Rio vai voltar a ser a estrela maior das cidades brasileiras com oportunidades para todos, em especial para os jovens.

O senhor tem sido crítico do governo Bolsonaro, o governador também vive hoje um relacionamento distante com o presidente. Como o senhor se insere nesta realidade política?
Fui candidato a vice-presidente na chapa do senador Álvaro Dias. Nosso pensamento sempre foi próximo ao de Bolsonaro. O nome do juiz Moro para ministro da Justiça foi lançado por nós. Nossa crítica não é ao presidente, mas ao vai-vem da política velha, que ele ainda não conseguiu vencer. Os estados e municípios estão espremidos por dívidas que precisam ser renegociadas com o governo federal. Nossas propostas estão prontinhas para levar a Bolsonaro e trazer benefícios reais para o Rio. Assim pensa o governador. A mão está estendida. O Rio é cordial. O Rio é Gentileza.

Quais os três principais problemas da cidade do Rio?
Finanças, Saúde e Empregos. Por que finanças? Ninguém faz nada sem dinheiro. Crivella jogou a arrecadação pelo ralo. Tem que tampar os furos do Orçamento. Sabemos como fazer. Em seguida, oferecer serviço de saúde para valer. Irei para as filas de atendimento até a crise da saúde acabar. E vamos atacar a questão da falta de emprego. Para os jovens carentes, lançaremos os Centros de Educação e Trabalho (CETs). Vamos lançar as indústrias de ponta, não poluidoras, nos subúrbios da cidade. E apoiar o turismo que é forte empregador. Vai dar certo. Essa é a pauta inicial de combate. Depois virão ações contundentes em favor das comunidades, no transporte público, na cultura, no calendário de eventos e, sobretudo, na educação.

Aproveitando que o senhor é economista: qual a receita financeira para tirar o Rio da crise?
Aplicar direito cada centavo de gasto. Pensar com economia, mas gastar com inteligência. No IBGE, que presidi com muito orgulho, conseguimos, juntos, presidente e servidores, realizar um Censo da Agricultura brasileira, o melhor de todos os tempos, com 800 milhões de reais de economia. Como? Servidores valorizados e incentivados são os primeiros a ajudar nisso. Não precisa ser economista. Uma boa dona de casa faz a feijoada render na mesa. Depois, é chegar nos credores e mostrar que o Rio da beleza e da fortuna é melhor do que o Rio quebrado e humilhado. Vamos dar a virada do Rio.

Quais os acertos e erros do governo Crivella?
A lista de erros é mais fácil: ele faz um governo de facção, contra a cultura, o oposto do espírito leve e solto do carioca. Crivella parece que veio da Albânia. Me desculpem os albaneses... Depois, o que faz um engenheiro de vias interditadas, como a Niemeyer? Onde já se viu! Já falei do caos da saúde e das finanças. Do BRT. Que esperar do Crivella numa reeleição? Mais escuridão. Não sei de acertos relevantes. Me ajuda nisso...

O que o senhor pode comentar sobre Eduardo Paes, Marcelo Freixo e o próprio Crivella? Qual a fragilidade política de cada um?
Chega de Crivella. Falei tudo. Sobre Freixo, sei que representa Lula e Dilma. Então, não preciso falar muito mais. Não daria para ele administrar nem minha carrocinha de cachorro-quente. Sobre Paes, vejo nele um desafio insuperável: ele quer se casar com a mesma moça - o Rio - pela terceira vez. Seria um matrimônio sem sal.

O prefeito do Rio tem importância nacional e exerce liderança no Brasil, qual o papel a ser desempenhado pelo eleito?
O Rio da Virada será vitrine das melhores ações de um prefeito para sua população. Vou poder retomar, por exemplo, o programa de entregar a propriedade da casa nas comunidades, como fizemos no Cantagalo, mesmo sem ser governo. Já pensou a família tendo o papel definitivo da sua moradia? Em seguida, trazer indústrias de ponta para um futuro parque industrial próximo ao porto de Sepetiba. Trazer vários prêmios Nobel para ensinar aqui e empurrar a pesquisa e inovação no Rio. Cultuar o samba, o sol e a solidariedade. Tudo isso irá projetar o Rio como cidade mundial. Para tanto, é preciso planejar o Rio com paixão.

Em entrevista a este colunista, o governador Witzel disse que as milícias exercem influência sobre os vereadores e seguem até o nível da prefeitura. Como enfrentar este problema?
Milícia e narcotráfico são atividades fora da lei. Prefeito é o representante da ordem pública e da lei na cidade. Mostrei para você um grande desenho de futuro para nossa cidade. Mas, para dar certo, é preciso Lei. Quero eleger comigo uma bancada de vereadores de renovação, respeitosa da Lei. Os cariocas me ajudarão elegendo vereadores da Lei. Assim, começará a revolução moral nesta cidade. Palavra de prefeito confiável.

A Saúde e Educação precisam de melhorias de que ordem? O que o prefeito eleito pode fazer já no primeiro ano de administração?
No caso da Saúde, já disse, ir para fila e ouvir o carioca. Resolver o atendimento na ponta do cliente. E deter a informação eletrônica de qualquer atendimento, por mais simples que seja. Isso para começar. Na educação fundamental, é sentar com o professorado, ouvir e decidir em conjunto. Colocar a meta anual e cumprir. Vamos juntos elaborar uma pedagogia digital, com um computador por aluno na escola. Quero nossa garotada disputando com russos, coreanos e finlandeses.

O senhor tem uma receita para enfrentar a corrupção na máquina pública?
Você é gentil, deixou a pergunta mais fácil para o final. Corrupto vai direto para a rua, mas antes passará pela Polícia e pelo Ministério Público. Um programa anticorrupção não é só um conjunto de regras, de compliance (conjunto de medidas que precisam ser cumpridas), como dizem os bacanas. Antes de tudo é exemplo. Minha chegada à Prefeitura será o desespero dos malandros. Minha vida e meu jeito de ser já dizem tudo.