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Por Sidney Rezende
O ex-deputado federal Alfredo Sirkis morreu na tarde desta sexta-feira (10), em acidente de carro, no Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu. Ele estava sozinho no veículo, que bateu em um poste e capotou. Sirkis estava a caminho de um sítio para se encontrar com a mãe e um dos filhos.

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"Arrasado. Devastado", se pronunciou Carlos Minc, um de seus amigos de muitos anos.
Sirkis foi o Coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC), tendo organizado a campanha Ratifica Já! que propiciou a ratificação, pelo Brasil, em tempo recorde, do Acordo de Paris; do processo para a elaboração da Proposta Inicial para Implementação da NDC brasileira e da avaliação Brasil Carbono Neutro 2060. Quando deputado federal (2011-2015), presidiu a Comissão Mista de Mudança do Clima do Congresso Nacional (CMMC) e foi um dos vice-presidentes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Sirkis não se candidatou à reeleição em 2014.

Foi vereador em quatro mandatos, secretário municipal de urbanismo e presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), entre 2001 e 2006 e secretário municipal de meio ambiente, entre 1993 e 1996, na cidade do Rio de Janeiro. 

Sirkis foi autor de vários livros, o mais conhecido é Os Carbonários (1980), que ganhou Prêmio Jabuti de 1980.

Nos anos 70, auge da ditadura militar no Brasil, passou oito anos e meio no exílio na França, Chile, Argentina e Portugal.

Na imprensa brasileira trabalhou como repórter das revistas Veja (1982) e Istoé (1983) e colaborou com os semanários Pasquim, Playboy, Jornal de Domingo e Shalom.
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Ainda não há informações sobre a data e local de sepultamento de Alfredo Sirkis. O prefeito Marcelo Crivella divulgou nota de pesar. "Alfredo Sirkis era um militante apaixonado por todas as causas que abraçava. Como secretário de Urbanismo e de Meio Ambiente da nossa cidade, sempre trabalhou por um Rio mais humano e solidário. Sua luta mais recente era contra as mudanças climáticas que tanto ameaçam nosso planeta. Tinha ainda muito a contribuir com sua experiência e dedicação. Neste momento de grande dor, peço a Deus que conforte sua família, amigos e admiradores", disse.
Alfredo Sirkis integra aquela linhagem de políticos sempre em busca de novos caminhos para o Brasil. Ele foi vital na criação do Partido Verde, em janeiro de 1986. Sirkis foi um dos que ajudaram a quebrar o preconceito, até desconfiança de muitos, quanto à temática ambientalista colocada em discussão. O pensamento corrente era que ter um partido em que priorizasse a bandeira "verde" seria muito bom na Alemanha, e não no Brasil.
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Eu o entrevistei várias vezes, e ele sempre identificou, na Rio-92, o primeiro clique nacional de que a mídia, o empresariado e os governos precisavam despertar para a importância de pensar o futuro do planeta. Não faz muito tempo, eu o encontrei, e Alfredo Sirkis estava convencido que vivemos uma tempestade imperfeita com o presidente Bolsonaro. "Ele simplesmente odeia o meio ambiente, colocou os ambientalistas na caixinha do comunismo. Humanamente, ele gosta do desmatador, do grileiro, do garimpeiro que invade terra indígena", ele disse. Alfredo Sirkis morreu na estrada, mas a sua luta continua. Ora, se continua.