Ministro Luís Roberto Barroso - Divulgação/STF
Ministro Luís Roberto BarrosoDivulgação/STF
Por ADRIANA CRUZ

Rio - A mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), também expõe a sua crise. Os ânimos dos ministros estão tão acirrados que o julgamento sobre a constitucionalidade ou não de doações ocultas para campanhas eleitorais ficou em segundo plano. Ofensas pessoais entre Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes tomaram conta da sessão, a ponto da ministra  Cármen Lúcia ser obrigada a suspender os trabalhos.

Para quem assiste, a sensação é a de que as  discussões sobre os temas mais caros para o país deixaram de ser os grandes protagonistas para serem meros coadjuvantes. "É atípico. De fato, as pessoas não entendem e afeta a credibilidade do Supremo", analisou o jurista Danilo Fernandes Christófaro. Ele explicou ainda que é salutar a divergência de ideias, afinal de contas, são onze ministros, mas rechaça as brigas e ofensas pessoais.  "Divergir para uma conclusão interessante para a sociedade é muito bom. O Judiciário ganhou um protagonismo muito grande. Ninguém ganha com o que aconteceu hoje", avaliou Christófaro.

Enquanto Barroso e Mendes alimentam seus antagonismos, a ministra Cármen Lúcia resiste à pressão de não pautar novamente o julgamento sobre o cumprimento de pena após condenação em segunda instância. Em 2016, por 6 votos a 5, o Supremo decidiu que é permitida sim a prisão de condenados na segunda instância da Justiça, mesmo que ainda exista possibilidade de recursos a instâncias superiores.

 

  

Danilo Fernandes Christófaro

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