Por ADRIANA CRUZ

Rio - Os caminhos do ex-governador Sérgio Cabral, do juiz Ali Mazloum e Gilmar Mendes foram entrelaçados no Judiciário. Mendes determinou abertura de investigação sobre o "uso abusivo de algemas" em Cabral, em janeiro. Na ocasião, o político foi algemado nas mãos e pés durante transferência do Rio para Curitiba. Por ordem do ministro, Mazloum ouviu quinta-feira Cabral no Tribunal Regional Federal 2 (TRF-2), no Rio.

Nenhum procurador acompanhou o depoimento porque a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu arquivamento sob a alegação de que não há previsão legal para a determinação de Gilmar Mendes. Graças a duas decisões do Supremo Tribunal Federal, Mazloum retornou à 7ª Vara Criminal Federal, de São Paulo, da qual fora afastado em 2003, na Operação Anaconda. Em 2004, o STF o isentou da acusação de participar da quadrilha que negociava sentenças judiciais; e, em 2006, o absolveu da acusação de abuso de poder. Hoje, o juiz trabalha no gabinete de Gilmar Mendes.

Em 2005, Gilmar Mendes suspendeu interrogatório de Ali Mazloum sobre a acusação de abuso de poder e ameaça a policiais rodoviários. A ação foi extinta. A 2ª Turma do STF acompanhou Mendes, que considerou a denúncia sem condições de ter resultado jurídico.

 

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