Denúncia do MP aponta que ex-procurador receberia R$ 150 mil mensais da organização de Sérgio Cabral - Divulgação
Denúncia do MP aponta que ex-procurador receberia R$ 150 mil mensais da organização de Sérgio CabralDivulgação
Por ADRIANA CRUZ

Rio - Primeiro ex-procurador-geral de Justiça a ser preso, Claudio Lopes contou com escolta até da Polícia Federal para ser levado à Unidade Prisional da PM, em Niterói, conhecida como BEP, na quinta-feira. A colunista escorregou: Lopes foi escoltado por policiais lotados no Ministério Público do Rio (MPRJ). Ele é acusado pelo MP de integrar esquema de corrupção montado pelo ex-governador Sérgio Cabral para não investigar os aliados do então dono do Palácio Guanabara.

A ordem de prisão partiu do desembargador Reinaldo Pinto Alberto Filho. Na decisão, Filho determinou que Lopes ficasse em uma Sala de Estado Maior uma cela sem grades. Como não há este tipo de cela nas prisões do Rio, ele foi para o BEP. A unidade é fiscalizada por promotores que atuam junto à Auditoria da Justiça Militar.

Conforme o blog Justiça e Cidadania adiantou, Lopes usou R$ 200 mil em dinheiro vivo para adquirir casa em Búzios, em 2011. O valor do imóvel era de R$ 500 mil. Os R$ 300 mil restantes foram pagos em cheques. À época, segundo o MP contra Lopes, por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e quebra de sigilo funcional, ele já recebia mesada R$ 150 mil da organização de Cabral. Na negociação da residência, Lopes obrigou a vendedora a aceitar parte do montante em espécie.

Inquérito em casa por 57 dias

Apontado como o responsável pelo vazamento de investigação do MP contra o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, em 2010, Cláudio Lopes levou os documentos da investigação para casa. Ele ficou com o inquérito 57 dias, sem atender aos pedidos de devolução do procurador-geral em exercício, Carlos Navega, falecido.

Neste período, Lopes estava afastado do cargo de procurador-geral, concorrendo à nova eleição para voltar ao posto. Além disso, Lopes pressionava promotores da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal que trabalhavam no caso a dar informações a respeito.

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