Globo/Paulo Belote
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EDSON CELULARI é quase um Dom Sabino do século 21. Educado, gentil, temente a Deus... Na entrevista a seguir, o ator, que brilha em 'O Tempo não Para', fala sobre seu personagem, o casamento na Itália com Karin Roepke, filhos, Deus e o câncer, descoberto em junho de 2016. "A praxe era, a cada dois meses, voltar para exames. Estou indo na minha última sessão de espaço de dois meses. A partir desta, passarei a fazer de 6 em 6 meses e depois de ano em ano. E segue vida normal".

Como está a repercussão nas ruas por conta do Dom Sabino?

Eu já fiz muitos papeis e já acompanhei várias reações. Mas nunca vi nada tão imediato assim e um personagem ser tão bem recebido. Nas ruas, uma coisa engraçada é que tem um público infantil acompanhando. Há algum tempo eu não trabalhava com personagem que trouxesse essa possibilidade de leitura.

O que você aprendeu com Dom Sabino?

Eu venho aprendendo (risos). Eu aprendo a cada dia de convívio com o Dom Sabino. Na verdade, não é que ele ensine, mas ele tem uma força, uma energia, um entusiasmo pela vida. E um orgulho dos seus valores que acho que, digamos, isso é exemplar no Dom Sabino não só para mim, mas como para o público todo.

O texto dele tem palavras rebuscadas. É um texto difícil?

É difícil de decorar, mas estou vendo a reação do público e tem gente que repete frases inteiras e acha muita graça. Fiquei surpreso com isso.

Vivenciando o ano de 1886 te dá vontade de ter vivido nessa época?

Eu acho que foi um tempo bastante especial. Para o Brasil, foi muito revolucionário no sentido social, com o final do Império e o surgimento da República, a abolição da escravatura, o surgimento das máquinas a vapor. Um pouquinho depois disso, com a revolução industrial, também foi bastante interessante. Eu acho que tinha uma euforia de descobertas e de valores incrível. Então acho que esse final de século XIX e princípio do século XX foi um grande período. Eu estou feliz no meu tempo, mas se eu tivesse que escolher seria esse para viver uma outra vida.

Dom Sabino te mudou de alguma forma?

É um personagem maravilhoso, mas eu não tenho valores tão opostos assim ao Dom Sabino. Eu sei ser muito bem cortês com minha esposa e com as pessoas em geral também. Acho que nesse sentido é uma troca boa entre Dom Sabino e Edson.

Você influencia nas decisões profissionais de seus filhos?

Eu acho que até indiretamente a gente faz isso porque a gente ouve, opina e tenta direcionar para aquilo que acha que é o melhor. São eles que farão as escolhas e isso é saudável, mas nem sempre eles têm uma opinião formada. Esse é um momento em que a gente, como pai, entra.

Você se curou de um câncer. Como é sua rotina hoje em relação à doença? Você ainda faz exames periódicos?

Normal. Eu sigo o protocolo padrão depois de uma quimioterapia de um linfoma não-Hodgkin. A doença foi superada, graças a Deus. A praxe era, a cada dois meses, voltar para exames. Estou indo para minha última sessão de espaço de dois meses. A partir desta, passarei a fazer de 6 em 6 meses e depois de ano em ano. E segue vida normal com atividade física, alimentação saudável, que eu sempre tive, e com boas horas de sono.

Que lição o câncer te ensinou?

Eu acho que uma doença como essa te dá um susto. É claro que nem todo mundo que recebe essa notícia tem a sorte de ter um final feliz como estou tendo. Acho que durante o processo do tratamento vem a oportunidade de parar para pensar. Porque tem o susto de uma finitude e eu nunca tinha passado por isso. Você passa a ter a chance de reavaliar muita coisa, de criar uma ordem de importância diferenciada do que você tinha, perceber coisas que passavam despercebidas, de valorizar o que deve ser realmente valorizado e acho que aproveitei. Agradeci muitas coisas da minha vida inteira. Não que eu não fosse grato. Sempre fui.

Você está casado com a Karin Roepke. Pensa em aumentar a família?

Não é o momento para se pensar tendo um personagem como Dom Sabino (risos). Não é um assunto que a gente desvie, mas a gente acha que ainda não é o momento.

Por que se casar secretamente na Itália?

Foi um desejo que surgiu durante o meu tratamento, um desejo nosso de fazer algo neste local que pra nós é muito particular, que a gente gosta muito. Quando acabou 'A Força do Querer', a gente conseguiu realizar essa pequena cerimônia para 12 familiares. Foi a realização de um sonho.

Você acredita em Deus?

Acredito em Deus, tenho uma fé enorme e acho que isso me ajudou muitíssimo durante o meu tratamento contra o câncer. Sou católico de formação, já estive budista também, que além de ser uma religião é uma filosofia de vida. Mas acho que o mais importante é a fé. É você saber que existe algo superior a nós e que isso nos dá um sentido de espaço entre o real e o divino. Não que isso nos deixe menores. Ao contrário. Acho que isso é uma dimensão que nos leva à frente, adiante. É saber que alguma coisa nos ilumina e que devemos estar nesse foco.

Tem alguma mania?

Leio o jornal todas as manhãs. Gosto de falar com meus filhos todos os dias, de convidar os amigos pra jogar tênis de mesa na minha casa, de dividir a mesa com familiares e amigos...

É vaidoso?

Eu vou à dermatologista, principalmente agora depois da quimioterapia, que eu tenho cuidado de não tomar sol. Agora fiquei mais disciplinado. Antes eu ia, comprava os produtos que a doutora passava e acabam vencendo. Uso protetor solar e hidratante.

Na época de A Força do Querer (2017), as pessoas falavam que você era um 'figurante de luxo' na pele do Dantas. Como você lida com as críticas?

Em nenhum momento me senti fazendo uma figuração de luxo. Tinha sido escalado e foi quando recebi a notícia da doença. A Gloria (Perez, autora) me ligou quando soube e ela me disse que me queria de qualquer forma. Lá no início das gravações nós não sabíamos como eu estaria. Eu sabia que faria um personagem pequeno e isso não me deixou triste de forma alguma. Muito pelo contrário: eu vinha com o maior prazer fazer a novela. Eu me divertia com os colegas e eu estava ainda em recuperação recente do meu tratamento. Foi uma grande força para mim. Aquilo tudo me ajudou e agradeço muito à Gloria por isso.

Como você lida com as redes sociais?

Eu vivo aprendendo coisas novas e acho incrível essa possibilidade de relacionamento. A única rede que tenho é o Instagram. Estou curioso com a forma de receber o retorno do meu trabalho. Estou aprendendo a lidar com isso de uma forma útil para meu oficio não só dialogando com meus fãs, mas também querendo saber a opinião deles sobre meu trabalho. Mas temos que saber lidar e não devemos ficar escravos disso. Esse tipo de interação não tem o mesmo valor do contato pessoal, do olhar, de você escutar o outro, de estar ali ao vivo num almoço com a sua família e com seus amigos. A vida é mais importante do que isso, mas acho que, se isso pode ajudar, por que não usar?

Se você tivesse uma máquina do tempo, o que você traria do século 19 para o século 21?

Acho que recuperar um pouco do respeito ao outro, do cuidado com o espaço do outro. Isso seria a principal coisa.

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