Jonathan Azevedo - Divulgação / Elvis Moreira
Jonathan AzevedoDivulgação / Elvis Moreira
Por Leo Dias

Quem acompanha a coluna já sabe: na véspera de Natal, a gente deixa as fofocas de lado e entrevista alguém que dedique parte do seu tempo em ajudar o próximo. Pois bem. Em 2017, ele ganhou fama na pele do bandido Sabiá, em "A Força do Querer". Mas Jonathan Azevedo é mais do que um corpinho bonito na TV. O ator, que cresceu na Cruzada São Sebastião, no Leblon, hoje integra a equipe que faz trabalho comunitário no local. Eles atendem entre 150 a 300 crianças. São oferecidos cursos de teatro, basquete e até aulas de reforço escolar. "Eu sou fruto de um projeto social", afirma Jonathan.

O que te motivou criar esse projeto?

Na verdade ele já existia junto com Wagner da Silva, que é um professor de basquete lá da minha comunidade. Eu sou fruto de um projeto social, então eu sei o quanto um projeto social tem valor dentro da comunidade para ocupar a cabeça das crianças. Brevemente, o sonho maior é fazer esse projeto chegar a todas as comunidades do Rio de Janeiro.

Você recebe algum tipo de apoio financeiro para tanto?

Por enquanto, não. É um projeto feito por mim e pelos meus amigos de infância, entre eles o Wagner da Silva, o Luís Amaral, que é produtor de eventos aqui no Rio, e o Dudu Brasil. Começamos no projeto há cinco anos, primeiramente doando cestas básicas. Agora, conseguimos expandir para um centro cultural, mas não temos apoio nenhum. Quem estiver lendo essa matéria e quiser ajudar, será bem-vindo.

Quantas pessoas trabalham contigo nisso? O trabalho é voluntário?

Todo mundo que está ao meu redor acaba entrando na dança. É um trabalho voluntário que foi crescendo. Mais recentemente, entrou o André, que é médico do Hospital Miguel Couto. Todo fim de ano ele vai lá com mais alguns médicos para cuidar das crianças. Agora a gente está tentando colocar profissionais da área de saúde lá para cuidar de coisas pequenas. Enfim, todo mundo é voluntário e todo mundo vai se ajudando.

São sempre as mesmas crianças ou você abre pra qualquer uma que queira participar?

No primeiro ano tinha só as crianças da Cruzada São Sebastião mesmo. Aí depois os pais começaram a falar para os irmãos, tios e as próprias crianças também... O projeto hoje atende entre 150 e 300 pessoas de 6 anos até 40 anos. A intenção é expandir para outras comunidades. Até porque eu saí da Cruzada de São Sebastião e fui fazer teatro no Vidigal. É sempre bom receber crianças e adolescentes de outras comunidades para poder trocar experiências culturais.

Tem algum critério para participar?

O único critério é ter paz, amor no coração e vontade de mudar a própria história. Porque mudando sua própria história você muda tudo ao redor.

Como funciona o projeto na prática?

O Wagner já começou o projeto do 'Basquete Cruzada'. Lá já tem toda estrutura para o esporte dentro da comunidade, desde o judô, ginástica olímpica, basquete, futebol... Umas meninas fazem ginástica olímpica, que é uma parceria com o Flamengo. Eu estou tentando implantar um lado mais cultural. Quero levar uma biblioteca, além de cursos de inglês, francês, filosofia e teatro. Minha ideia é bombardear a comunidade, fazer uma explosão de cultura.

Você sempre teve esse sonho de ajudar o próximo?

Eu sempre tive o sonho de ajudar o próximo porque eu sempre fui muito ajudado. A minha história foi de perseverança. Tive muitos anjos na vida que me ajudaram a ser o que eu sou hoje.

Qual seu maior desejo hoje?

Meu maior desejo hoje é montar uma biblioteca dentro da comunidade.

Quando criança você participava de projetos como esse?

Eu não só participei de um projeto como esse, como eu sou fruto de projetos como esse. Participei da escola de espetáculo do Bruno Cardi e da Marisa Orth. Mas eu também tive a oportunidade de participar do 'Basquete Cruzada' junto com o Vagner e de outros projetos culturais. E tive a chance de conhecer pessoas que acreditavam em um mundo melhor. É isso que eu quero levar com o meu lado artístico: a possibilidade de um mundo melhor para as pessoas.

Qual é o seu desejo de Natal para os nossos leitores?

O que eu desejo hoje para todos é muita luz na caminhada, muita paz e um beijão do preto.

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