Negociações são feitas para garantir um dos maiores espetáculos brasileiros, o desfile das grandes escolas - Alexandre Brum
Negociações são feitas para garantir um dos maiores espetáculos brasileiros, o desfile das grandes escolasAlexandre Brum
Por Leo Dias

Rio - Uma reunião de emergência do Conselho Especial na sede da Liesa, na noite de ontem, deu início a uma discussão que poderá resultar na maior reviravolta na administração do Carnaval Carioca. A assembleia extraordinária foi convocada por Gabriel David, filho de Anísio Abrãao David, presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis. Gabriel apresentou um novo modelo de gestão da festa, que passaria a ser comandada por Roberto Medina, dono do Rock in Rio. A proposta feita pelo herdeiro de Anísio, fundador da Liesa, promete uma revolução a partir de agora no modelo de Carnaval. Procurado, ele confirmou, mas não quis detalhar o assunto.

O DIA apurou que o novo modelo começaria a gerar impactos diretos já em 2019. Seria adotado o mesmo esquema implantado pelo Rock in Rio em relação às negociações comerciais e aplicação dos recursos e as políticas de compliance (conjunto de disciplinas) das empresas patrocinadoras. Márcio Cunha, diretor de operações das últimas três edições do Rock in Rio, lideraria o grupo de trabalho com a experiência de ter levado esse modelo de gestão para os Jogos Rio 2016 e para a reformulação do Rio Zoo.

Pela proposta que será analisada, o contrato de gestão do Carnaval pelo Rock in Rio teria validade de quatro anos, a partir do Carnaval 2019. No entanto, a Liesa continuaria a gerir os ingressos, os direitos de transmissão e os outros contratos já assinados. A partir de 2020 a mudança seria mais radical.

Na reunião, seria apresentada carta de compromisso aos dirigentes de agremiações para a implantação das mudanças. O primeiro passo do projeto prevê que uma gigante do mercado de auditoria empresarial faça intervenção nos contratos da Liesa e implemente novas práticas na gestão comercial das escolas.

Os contratos entre a Liga e as empresas terceirizadas que atuam no Carnaval seriam revistos. O desfile de Sapucaí perdeu patrocínios importantes este ano.

Recentemente, foi noticiada a saída do aplicativo Uber, do patrocínio do Carnaval. Supostamente o motivo da desistência teria sido a prisão do presidente da Mangueira, o deputado Chiquinho da Mangueira, em 8 de novembro, acusado de participação em esquema de corrupção.

As críticas ao modelo implantado pela atual gestão da Liesa na administração do Carnaval são cada vez maiores. Além da saída de tradicionais patrocinadores, como os Supermercados Guanabara, o método de venda dos camarotes, através de fax, tem sido reprovado nos corredores da Liga. Todos os membros o consideram obsoleto. Nas últimas três semanas, Gabriel David teria se debruçado nesse projeto, para viabilizar os próximos carnavais.

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