Fábio Porchat - Rachel Tanugi
Fábio PorchatRachel Tanugi
Por O Dia

FÁBIO PORCHAT não para! Após encerrar seu contrato com a Record TV e deixar o 'Programa do Porchat' no fim do ano passado, o humorista está em fase de planejamento de seu mais novo programa no GNT. Na entrevista abaixo, ele adianta alguns detalhes da nova atração e já deixa claro que não se trata de mais um talk-show. Em paralelo, ele segue participando do 'Papo de Segunda', também no GNT. Recentemente Porchat ainda estreou na série 'Homens?', do canal Comedy Central, onde interpreta um homem que sofre de impotência sexual. Quer saber como anda o casamento dele e quais serão seus próximos passos na carreira? Então confira o bate-papo exclusivo.

Quais as características desse teu novo programa no GNT?

Na verdade, eu estou começando a desenvolver o projeto agora. Nem formei equipe ainda. Eu vendi uma ideia para o GNT. É um programa em que eu vou ser apresentador. Estreia esse ano, mas a gente não sabe quando. Vai ter convidados. É mais de bate-papo. Não vai ser talk-show.

Vai ter mais de um convidado?

Sim. Vai ter mais de um convidado. Estamos com umas referências lá de fora. Não é nada igual ao que já fazem aqui no Brasil. A ideia é que seja engraçado, embora não seja um programa de humor. Vai ser um programa com a minha cara.

Você tem preferência por TV fechada?

Eu gosto de tudo. Eu estou na TV fechada, eu estou no cinema, estou no teatro, na internet... Eu gosto é de estar atuando. Gosto de estar fazendo os meus projetos independente de onde eles estejam. O Porta dos Fundos é um projeto que eu gosto muito. Lancei agora uma série chamada 'Homens?', que tem a pegada do Porta dos Fundos, mas feito pro Comedy Central. Todo espaço é bom e cada produto vai variar de acordo com a plataforma. Tanto faz TV aberta ou fechada pra mim.

Como foi sua experiencia na TV aberta quando você passou pela Record?

Foi ótima! Eu fui muito bem recebido. Fiquei impressionado em como o programa atingiu tanta gente... A Record tem uma audiência muito boa e as pessoas lá foram muito querendo que desse certo. Sou muito grato à Record, que me abriu espaço e acreditou em mim. Eu gostava muito do programa. Tanto de fazer quanto de assistir. Eu via, me divertia e achava que era um bom programa. Isso é o que me deixa mais feliz. A preocupação é artística acima de tudo.

Pensa em retornar pra TV aberta um dia?

Lógico. Mas não é meu objetivo. Meu objetivo é lançar os meus projetos. Se for em TV fechada, aberta ou na internet tanto faz. Eu não tenho essa sede de dizer que preciso ter um programa na TV. Eu quero fazer os meus projetos. E eu estou fazendo.

Você viu na Record uma limitação na forma de se expressar?

Acho que cada espaço tem uma limitação. Tem coisas que eu posso dizer no teatro e que eu não posso dizer na TV fechada. Tem coisas na TV aberta que a gente não pode fazer. E isso independe se é Record, Globo ou qualquer outra emissora. A série 'Homem' jamais poderia passar num domingo à tarde porque é uma série que fala de sexo, relacionamentos, de como o homem é... Então eu acho que cada produto tem a sua plataforma. Talvez de todas as plataformas, a TV aberta seja a mais limitada porque é de graça e para a família inteira. A pessoa liga a TV e você aparece na sala dela. Na internet, não. A pessoa precisa entrar, digitar um negócio, entrar num site... E a internet é paga.

Qual foi o ponto alto pra você ter decidido sair da Record? O que mais pesou nessa decisão?

Eu achei que o programa estava chegando em um limite artístico. A preocupação é sempre essa: com o artístico. Pensei assim: o programa está indo bem, está legal, mas será que eu vou conseguir mais um ano com bons convidados? Achei que ele tinha batido num teto. Então por que não parar quando chegou num limite?

E vai continuar no 'Papo de Segunda'?

Sim. Mesmo com a estreia do programa novo. A gente estreou segunda-feira, então tem mais um ano de 'Papo de Segunda'.

Você está no elenco de 'Homens?', nova série do Comedy Central. Como foi pra você mergulhar nesse universo da impotência sexual que você sabe que um dia, mais cedo ou mais tarde, vai chegar até você na vida real?

Já chegou, rapaz! Eu acho importante falar porque a impotência atinge 1/3 dos homens e os homens não falam sobre o assunto. Homem só conta vantagem. Não conta derrota. Eu achava importante falar justamente porque quase ninguém fala e, quando fala, é sempre tirando sarro das coisas erradas. eu quis falar a real: o desespero que é para o homem, a pressão que o homem recebe e como o machismo faz mal para o homem. É meio que alertar para esse caminho.

Já aconteceu com você?

Já! Claro!

E como você fez para contornar a situação?

É só esperar um pouquinho e pensar com calma que tudo dá certo.

Você e teu personagem Alexandre tem mais alguma coisa em comum?

Olha, eu não tenho isso em comum com meu personagem não! (risos) Ele está há um ano broxa. Comigo foi uma vez. Mas eu acho que tem a insegurança dos homens, é um personagem que está se abrindo nesse mundo machista. Fico observando o tempo inteiro esse machismo. Ninguém nasce machista. A pessoa se torna machista com o tempo, por causa da sociedade. Ser machista não é só estuprar uma pessoa. Isso, além de machismo, é um crime dos mais bárbaros. Mas o machismo está até naquele pequeno comentário que você faz, na piadinha, em não olhar pro lado... Eu tento me perceber o tempo todo para não ser machista. Às vezes eu falho, mas contorno a situação e tento dar a volta por cima.

Então essa série acaba sendo muito importante para quebrar esse 'tabu', né?

Super!

Qual foi teu maior desafio nessa série?

O maior desafio foi entender a nossa cabeça e conversar com muitos homens pra ouvir o lado de todo mundo. É óbvio que o machismo é ruim para as mulheres porque elas são as que mais sofrem com isso. Mas falar com esse tema para o lado dos homens era importante. É meu lugar de fala então o desafio foi tocar nesse assunto para os homens sem tratá-los como coitadinhos. O importante é observar a consequência do machismo para toda a sociedade.

Como foi o seu laboratório para essa série?

Eu conversei com muita gente, fui a clínicas de disfunção erétil... Estive no Boston Medical Group para conversar. Marquei uma consulta, fui e conversei com o médico. Os redatores foram comigo. A gente conversou muito com terapeutas e psicólogos para entender muito esse mundo. Lemos livros, vimos filmes que falam muito sobre ser homem hoje em dia e a fragilidade da masculinidade. Teve uma pesquisa bem legal.

E teremos Porchat no teatro em 2019?

Não vai ter.

Aconteceu a terceira edição do teu Prêmio de Humor aqui no Rio. Pretende dar continuidade a esse projeto nos próximos anos?

Sim. Foi o terceiro prêmio no Rio, o primeiro em São Paulo. A ideia é que o prêmio dure pra sempre.

Qual a importância dele?

Eu acho que é colocar o humor onde ele merece estar. O público reconhece o humor! Os teatros mais lotados são os de comédia. Sempre que tem uma premiação, o humor é relegado a um canto, como se fazer humor fosse muito fácil. Que só de concorrer, o humorista deveria estar feliz da vida. Então eu criei um prêmio onde só pode ganhar o humor. É um prêmio do humor e para o humor.

Ainda casado com a Nataly Mega?

Sim! Estamos casados.

Quem é o mais ciumento da relação?

Nenhum dos dois. A gente tem uma relação muito tranquila.

Pensam em ter filhos?

Já estamos conversando sobre isso, mas não temos um planejamento de datas. Mas será num futuro não tão distante.

Muita gente interpreta errado o seu humor e por isso alguns acham até que você seja gay. Como você encara isso?

Não tenho problema nenhum. Se achasse que eu era ladrão é que era o problema.

Tem alguma curiosidade sobre você que o público não saiba?

Eu ronco. Durmo respirando pela boca.

Na sua geladeira, o que não pode faltar?

Água.

Existe algo que te deixa muito irritado?

Quando as coisas não saem como eu planejei.

O que mais a gente pode esperar de Porchat em termos de trabalho?

Tive uma reunião agora (quarta-feira) com o pessoal da Netflix para a gente definir o especial de Natal do 'Porta dos Fundos'. Já estou escrevendo. Ano passado a gente fez um e esse ano vamos fazer o segundo.

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