Pesquisa indica que empréstimos respondem por 52% da maneira de aquisição do imóvelFreepik

A segunda parcela do 13º salário deverá ser paga até o dia 20 de dezembro e tem muita gente aguardando com ansiedade esse dinheiro extra que é utilizado para pagar dívidas ou para comprar presentes de Natal e itens das ceias. Também há pessoas que usam o recurso para quitar ou colocar em dia as parcelas de financiamentos, entre eles o da casa própria. De acordo com pesquisa do Datafolha e de uma startup do setor imobiliário, empréstimos respondem por 52% da maneira de aquisição do imóvel. Para se ter ideia, somente de janeiro a outubro deste ano foram aportados R$ 151.197 milhões em empréstimos, 88% de todo o valor de 2021, segundo dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

E você? O que pretende fazer com o seu 13º? Utilizar no crédito habitacional ou investir? Rafael Pena, gestor de Equipes na Investsmart XP, diz que a primeira coisa a ser levada em consideração é a famosa reserva de emergência. "Analisar as condições existentes é importante para encontrar a alternativa mais interessante. Comece avaliando sua condição financeira hoje, formando um fôlego, caso aconteça alguma emergência no caminho. O ideal é ter cerca de 12 até 24 meses dos custos mensais de vida em reserva, para emergências", orienta Pena.

Caso as parcelas do financiamento estejam previstas dentro das despesas mensais, sem causar rombos no orçamento, o ideal é investir este dinheiro extra, mesmo que seja de forma conservadora. É o que indica Matheus Costa, especialista em crédito da BankRio Credit. "Estamos no momento de alta da Selic (taxa básica de juros), o que faz com que seja possível aos investidores aplicarem os valores em títulos indexados pela taxa de juros do país e obter retornos nos investimentos relevantes sem se exporem a riscos desnecessários", analisa Costa.

Desta forma, ressalta ele, eventuais emergências podem ser sanadas sem o comprometimento das contas do mês, inclusive das parcelas do financiamento imobiliário. Sempre vale lembrar que em janeiro as famílias têm gastos já esperados como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), além de matrículas e materiais escolares.

Analise o Custo Efetivo Total

Outro ponto que deve ser analisado para quem está com o 13º sobrando é o CET (Custo Efetivo do Total) do crédito imobiliário. "Identifique o CET do seu financiamento e compare com as taxas oferecidas por outras opções de investimento. Se o retorno da aplicação for maior que o seu CET, vale a pena manter o recurso aplicado", revela Costa. Caso as aplicações disponíveis não sejam suficientes para cobrir o CET da operação de financiamento, o ideal é antecipar as prestações, dá última para primeira. "As últimas parcelas possuem uma incisão de juros menores, já que o saldo devedor também é menor, fazendo com que a parcela paga seja mais amortização de dívida e menos pagamento de juros", destaca Pena.

Além disso, não esqueça de colocar na balança o Imposto de Renda. "Quando realizamos a compra de um imóvel por meio financiamento, podemos declarar essa dívida para a Receita Federal. E caso o cliente queira vender esse imóvel no futuro e tenha lucro nessa transação, poderá abater do imposto a ser pago, sob o lucro, o valor que pagou de juros durante esse tempo", alerta Costa. Nessa situação, quitar os juros faz com que ele possa pagar menos imposto à Receita após a venda do imóvel.

Seja qual for a sua escolha, Pena e Costa afirmam que a resposta certa não existe. Segundo eles, saúde financeira, investimentos e pagamentos de parcelas variam de acordo com a realidade de cada família, ou seja, não há uma fórmula mágica. Por isso, para evitar a tomada de decisões erradas, a dica é consultar especialistas de investimento, crédito e corretores de imóveis, profissionais gabaritados para dar a melhor orientação.