As vendas de novos imóveis cresceram 12,2% de janeiro a novembro do ano passado, chegando a 146.412 unidades no período. Deste total, os empreendimentos do programa Casa Verde e Amarela (CVA) representaram a maior parte do mercado residencial comercializado no país, alcançando 99.244 moradias (67,7%). Já o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) teve 43.636 imóveis vendidos, ou seja, 29,8%. Os demais 3.532 (3,5%) são de outros segmentos. Os dados fazem parte de levantamento realizado com 18 empresas associadas à Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Segundo o estudo, apesar de contabilizar 11 dos 12 meses, o resultado já foi suficiente para estabelecer um novo recorde anual da série histórica dos indicadores Abrainc-Fipe, ao superar em 1,9% os 143.576 empreendimentos negociados durante 2021. Também representou um avanço nas vendas do setor no ano passado, independentemente dos resultados de dezembro. De janeiro a novembro de 2022, foram entregues 74.319 novos imóveis, elevação de 4,5%. Analisando por segmento, 64.629 foram de unidades do CVA, 8.726 de MAP e 1.004 de diferentes tipos.
Na avaliação de Luiz França, presidente da Abrainc, o setor deve continuar com um bom desempenho, gerando empregos e contribuindo para que muitos brasileiros possam realizar o sonho da casa própria. Ele lembra que o consumidor segue nesta busca, seja para sair do aluguel ou para investir. Um levantamento feito pela Brain Inteligência Estratégica com 1.200 pessoas, em todo o país, retrata isso e indica que 31% dos entrevistados desejam adquirir um novo imóvel. "O Brasil tem uma pirâmide etária ainda jovem se comparado a outros países, o que implica em uma alta taxa de formação de famílias nos próximos anos, cerca de 1,1 milhão por ano, e tudo isso reflete em uma forte demanda ao setor. Esperamos, inclusive, que o retorno do programa Minha Casa Minha Vida amplie o acesso à moradia às famílias mais carentes, contribuindo no combate ao déficit habitacional e na inclusão social para a população de menor renda”, comenta França.
Distratos em queda
Outro ponto importante da pesquisa é a baixa relação entre distratos e vendas que atingiu o menor patamar da série histórica: 9,3%, resultado que representa uma queda de 2,1 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2021. Para se ter ideia, no fim de 2018, quando foi publicada a Lei nº 13.786/18 (Lei do Distrato Imobiliário que estabeleceu parâmetros para a resolução de contrato de compra e venda de imóveis por desistência e por inadimplemento das partes), a relação distratos/vendas entre os imóveis de Médio e Alto Padrão era próxima dos 50%.
Webinar sobre desafios do setor em 2023
Para quem deseja estar bem informado sobre o setor, nesta quarta, dia 15, às 9h, a Brain vai transmitir ao vivo o webinar ”Economia e Mercado Imobiliário: perspectivas e desafios para 2023”. Entre os assuntos estarão lançamentos, taxa de juros elevada e o aumento de custos materiais. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas em https://bit.ly/3xgR9Ab.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.