Este ano, mais condomínios perceberão a importância de armazenar os dados com segurança e vão investir mais em soluções que oferecem essa proteçãoFreepik

A forma de administrar um condomínio avançou muito nos últimos anos e grande parte desta evolução se deve à tecnologia. Além disso, o perfil do síndico também está mudando e, atualmente, é possível encontrar gestores de idades variadas, que moram ou não nos edifícios. Com a função se especializando, é preciso investir cada vez mais na capacitação e na atualização de conhecimentos. Para este ano, Ingrid Zenatti, country manager do TownSq no Brasil, plataforma de soluções para administração de propriedades, destaca cinco tendências que vão continuar em alta, tornando-se centrais no trabalho de síndicos e síndicas. Confira:
1 - A segurança das informações
Uma preocupação dos síndicos diz respeito à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Segundo a lei, o condomínio se torna responsável pela segurança dos dados coletados dos condôminos. Neste caso, Ingrid costuma perguntar aos gestores quais são as iniciativas adotadas para garantir a segurança dos dados no condomínio. O mais comum, afirma ela, é ouvir que as informações estão seguras na nuvem. “A nuvem é, de fato, uma estratégia inteligente para armazenamento de dados, mas precisamos ter cuidado com segurança, mesmo quando se trata de nuvem. Porque cada uma apresenta um nível de segurança. Portanto, é importante que os condomínios procurem uma empresa que garanta a segurança dos dados”, orienta. Ingrid aposta que, em 2023, mais condomínios vão perceber a importância de armazenar os dados com segurança e vão investir mais em soluções que oferecem essa proteção.
2 - Alternativas de economia
Quem trabalha em edifícios sabe que os condôminos não querem pagar mais pela taxa condominial, mesmo que seja um ajuste inflacionário. Isso coloca o síndico em uma situação delicada. “Ele, muitas vezes, não tem escolha e precisa aumentar o valor da cobrança ou emitir uma cota extra. Eu recomendo não decidir por um aumento antes de avaliar se o condomínio pode promover economia e aumentar a arrecadação de outras maneiras. São tarefas difíceis, porém possíveis se houver uma boa gestão”, afirma Ingrid. Ela destaca ainda que existem algumas opções para reduzir os gastos. Uma delas é a energia solar, recurso que pode diminuir o valor da conta de luz.
3 - Transparência na gestão
A nova geração de condôminos foi criada em um ambiente mais transparente que a geração anterior e isso causa um impacto na gestão condominial. “A tecnologia nos acostumou a ter acesso a todo tipo de informação sem muito esforço. E os condôminos esperam essa facilidade também na gestão que impacta os seus lares. Essa exigência por transparência diz respeito à gestão condominial como um todo, inclusive o serviço de administração contratado”, explica Ingrid. Ela lembra que o mercado já oferece soluções que maximizam a transparência tanto do serviço de administração com o síndico quanto do síndico com os condôminos. São soluções que funcionam muitas vezes como banco, permitindo acesso em tempo real às informações financeiras do condomínio.
4 - Prestação de contas
Não faz muito tempo que precisávamos sair de casa, comprar um cartão telefônico, procurar um orelhão na rua e, somente depois disso, conseguir ligar para uma pessoa e nos comunicar. Com o fácil acesso à tecnologia, agora basta enviar uma mensagem ou fazer uma chamada de vídeo e pronto: a comunicação se estabelece. Por outro lado, quando se trata dos condomínios, Ingrid analisa que certas atividades parecem estar paradas no século passado. “A prestação de contas é um exemplo nesse sentido. Em muitos casos, o síndico precisa solicitar as informações para a administradora, aguardar dias para que os documentos sejam entregues em uma pasta, conferir e certificar-se que estão corretos, pois caso não estejam, devem voltar para a administradora. E somente depois dessa longa espera é que, finalmente, o síndico pode organizar as informações e apresentar a prestação de contas”, diz a executiva.
Para evitar essa demora, muitos síndicos estão buscando soluções de administração condominial que permitam uma prestação de contas mais eficiente. “As administradoras digitais tornaram o trabalho de todos os síndicos mais eficiente, possibilitando com que a prestação de contas possa ser feita em poucos segundos. O extrato das contas bancárias do condomínio já está digitalizado, então basta cruzar as informações das contas com o planejamento financeiro aprovado em assembleia e, em dois cliques, obter o relatório completo na plataforma”, conta Ingrid. Para ela, o futuro da gestão condominial é automatizar tarefas burocráticas e garantir mais tempo para tarefas mais importantes da gestão, como a transparência, a economia e a segurança.
5 - Recursos para redução da inadimplência
Em 2022, o número de inadimplentes bateu o recorde no Brasil com mais de 70% das famílias endividadas, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). Algumas dessas dívidas são relacionadas à taxa condominial e, por isso, alguns síndicos acabam desistindo de tentar resolver o problema. Para evitar esta situação, uma das saídas é ter uma administração financeira que não seja burocrática.
“Por meio da tecnologia, os dados de inadimplência estão sempre atualizados e disponíveis para o síndico, permitindo navegar pela situação e avaliar o resultado das iniciativas. Além disso, voltamos para o ponto da transparência, pois os condôminos querem ver o trabalho do síndico em prol da diminuição da inadimplência. Então, é possível extrair relatórios e prestar contas aos moradores mais facilmente”, observa Ingrid.