Imóvel desejado pelo público do Minha Casa, Minha Vida tem sacada ou quintal, dois banheiros, lavanderia e boa circulação de arFreepik

 Uma pesquisa inédita sobre o programa e as características dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) revela os desejos e as dificuldades dos compradores. Os pets, por exemplo, têm muita importância e são levados em consideração no momento da aquisição. É o que indica o estudo encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pela Brain Inteligência Estratégica.

Além disso, o imóvel desejado tem sacada ou quintal, dois banheiros, lavanderia e boa circulação de ar. “Esse espaço aberto está ligado à ideia de amplitude, ventilação e conforto da família, condições indispensáveis quando se pensa na casa própria. É um espaço pelo qual até se paga a mais e é uma relação custo-benefício muito bem calculada por cada um”, aponta a pesquisa.

Itens como playground, um parquinho para as crianças e um gramado para passear com o cachorro são essenciais para a maioria dos entrevistados. De acordo com o estudo, eles trocam a área de lazer por um espaço de sacada ou quintal ou preferem pagar um valor mais baixo e não ter áreas de lazer neste primeiro imóvel.

Já para os que buscam um upgrade, as áreas de lazer são indispensáveis. Alguns participantes não abrem mão de salão de festas, churrasqueira, academia ou piscina. Eles estão conscientes de que a área de lazer encarece tanto o imóvel quanto o condomínio, principalmente as que demandam manutenção constante como a piscina.

Dificuldade com o valor da entrada

Com relação aos obstáculos enfrentados para o acesso ao imóvel pelo público do Minha Casa, Minha Vida, o levantamento indica dois: o valor de entrada e a comprovação de renda, que muitas vezes é complementada com ganhos informais. Esse critério é questionado por parte de entrevistados, que declararam já arcar com aluguel, em muitos casos, superior ao valor projetado das parcelas. “Mudanças no cenário econômico do Brasil provocaram o aumento da informalidade de trabalho. Muitos entrevistados buscam imóveis com espaço para trabalhar. A renda é alcançada por essas famílias, mas a informalidade dificulta sua comprovação”, afirma a pesquisa.

Já sobre o valor da entrada necessária para a aquisição do imóvel, os participantes apontaram a falta de reservas financeiras. “E mesmo aqueles que possuíam recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) optaram pelos saques extraordinários para quitar outras dividas”, relata o estudo. Outro motivo de insegurança é a correção das parcelas do financiamento imobiliário.