Pesquisa indica que o público do Minha Casa, Minha Vida não vê problema em morar em locais afastados, desde que tenha fácil acesso ao trabalhoFreepik

A coluna traz hoje mais resultados da pesquisa que aponta os desejos e as dificuldades do público que se enquadra no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Segundo o estudo encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pela Brain Inteligência Estratégica, há uma preocupação com segurança e interesse por locais com facilidade de transporte público. “A localização da moradia tem forte relação com a mobilidade urbana. Eles não veem problemas em residir em localidades afastadas, desde que o acesso à região de seu trabalho seja facilitada’, diz o levantamento.

Os itens de sustentabilidade também são bem-vindos. “É um investimento inicial considerado alto, porém com economia certa nas contas mensais. Acredita-se que deveria ser um investimento governamental, subsidiado pelo governo, para incentivar as práticas sustentáveis da população, além da inserção destes itens em imóveis populares”, aponta a pesquisa.

Aluguel e prestação do imóvel

Pagar o aluguel e a parcela do financiamento imobiliário é apontado como obstáculo pelos entrevistados. De acordo com o estudo, muitos interessados chegam a encontrar o imóvel ideal, passam por análises de credito, simulações, mas não fecham a compra pelo medo de se comprometer e de não conseguir manter o financiamento.

Encontrar o imóvel dentro do teto permitido pelo MCMV é outra dificuldade, já que o aumento dos custos da construção impactou no valor das unidades, principalmente os das faixas 1 e 2, de padrão mais econômico. Além destes, chama a atenção também o pouco ou nenhum conhecimento dos entrevistados sobre o programa habitacional do governo.

Mesmo com as dificuldades, a pesquisa constatou que há uma expectativa muito grande com o retorno do MCMV, antes Casa Verde e Amarela. “Para quem busca o primeiro imóvel, o governo atual e a volta do MCMV são percebidos como esperança para sair do aluguel e conquistar a casa própria. Para quem já foi beneficiado pelo programa anteriormente e busca um upgrade, a mudança de governo traz novas perspectivas para a viabilização da segunda compra”, afirma o estudo.

A pesquisa foi apresentada por Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain, e por Guilherme Werner, sócio consultor da empresa, em painel mediado pelo presidente da CBIC, José Carlos Martins, no 96º Encontro Nacional da Construção (Enic), em São Paulo.