O mais recente balanço da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) revela que foram comercializadas 179.861 unidades no país, nos últimos 12 meses encerrados em abril. O avanço no período foi de 43,7%, de acordo com o indicador Abrainc-Fipe, elaborado em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
O crescimento significativo foi registrado no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV): 129.676 imóveis comercializados (56,9%) e R$ 29,3 bilhões de valor total de vendas (65%). De acordo com a Abrainc, medidas como o FGTS Futuro (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) estão impulsionando este nicho de mercado e permitindo que mais famílias de menor renda tenham acesso à casa própria.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) também teve bom desempenho. Foram 44.930 unidades comercializadas (13,7%) e R$ 23,7 bilhões de montante de vendas (28,15). Com relação à duração dos estoques, o estudo aponta que, atualmente, está em 12 meses ante os 24 meses registrados no início de 2023, sinalizando um nível saudável que permite o retorno de novos projetos.
Efeitos da reforma tributária
Mesmo com estes resultados positivos, Luiz França, presidente da Abrainc, ressalta que a entidade está ainda mais atenta com a aprovação da Reforma Tributária e as suas implicações para o mercado imobiliário. "Com a proposta aprovada na Câmara, que deixou o Fator de Desconto sobre a Alíquota Modal para a incorporação em apenas 40%, podemos ver aumentos significativos na carga tributária sobre operações imobiliárias. Para mitigar esses efeitos, é necessário elevar o redutor para 60%, garantindo a manutenção da competitividade do mercado e facilitando o acesso à moradia para a população", analisa França. Segundo ele, o setor poderá ser severamente afetado pelo aumento proposto na carga tributária, que representa um acréscimo de 40% em relação ao nível atual, o que poderá impactar nos custos de produção e nos preços dos imóveis.
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