Seguro de vida - Reprodução da internet
Seguro de vidaReprodução da internet
Por Herculano Barreto Filho

Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) sobre a movimentação financeira do setor no ano passado traz um dado revelador sobre uma nova tendência do mercado. Pela primeira vez, a arrecadação do seguro de pessoas superou o seguro de autos no país. Em 2017, o segmento recebeu R$ 34,5 bilhões na cobertura de pessoas, que inclui seguro coletivo e individual. A arrecadação com veículos segurados foi de R$ 33,8 bilhões, ainda de acordo com a CNseg.

Para entender o que está acontecendo, a coluna conversou com especialistas e segurados. O economista Lauro Faria, que atua no Centro de Pesquisa e Economia do Seguro, órgão ligado à Escola Nacional de Seguros, atribui esse fenômeno ao aumento do consumo com o uso do cartão de crédito. É que o consumidor, quando faz compras em prestações, pode deixar de pagar as parcelas se ficar inválido ou perder o emprego. Em caso de morte, os parentes não 'herdam' a dívida.

Essa modalidade é conhecida como seguro prestamista, que surgiu no país há cerca de 15 anos e faz parte do seguro de pessoas. "O crédito no Brasil ainda é restrito em comparação a outros países. A tendência é de aumento do crédito e desse tipo de seguro", projeta o economista.

Marcelo Guedes Lopes, superintendente comercial da seguradora Mongeral Aegon, acredita que há outros fatores responsáveis pelo crescimento do seguro de pessoas no país. Para ele, essa mudança de cenário passa pela violência e pela qualificação dos corretores. "Temos uma população mais preocupada com a violência. Mas é um assunto delicado. Por isso, o corretor precisa ter qualificação para saber abordar o cliente. A pergunta é: 'E se a sua vida for interrompida? Você se preocupa em deixar a sua família protegida?'. São questões que precisam ser abordadas da maneira certa", explica.

PELO FUTURO DOS FILHOS

O analista de sistemas Enio Pires de Abreu, por exemplo, faz parte dessa estatística. Morador do Cachambi, na Zona Norte do Rio, ele tem 38 anos, é casado e tem dois filhos pequenos. Enio acabou sendo sensibilizado por um corretor, que conversou com os funcionários na empresa onde ele trabalha. "Ele passou para o pessoal algumas opções de seguro. Gostei da abordagem. Ele não queria vender o seguro mais caro. Queria atender a necessidade do cliente", lembra. A ideia, segundo ele, era assegurar uma renda extra para o estudo dos filhos por 15 anos em caso de invalidez, doença ou morte. "É a garantia de uma renda que possa cobrir os estudos e a alimentação deles. O valor do seguro se enquadra no meu orçamento", explica.

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