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Reprodução da internet
Por Herculano Barreto Filho

Em plena expansão do mundo digital, os ataques cibernéticos se tornaram corriqueiros e potencialmente mais perigosos, especialmente no meio corporativo. O relatório Norton Cyber Security Insights, que elabora uma análise global do crime online, traçou um cenário preocupante, colocando o Brasil na incômoda 2ª posição no ranking de países com casos relacionados a roubo de senhas e rompimento de sistemas. Segundo o estudo, 62 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes cibernéticos só no ano passado. É o equivalente a 60% da população online ativa, vítimas de um desfalque de R$ 80 bilhões em 2017.

Em meio a esse ambiente, há um movimento global em andamento que busca unir forças para combater esse problema. Na próxima semana, vai entrar em vigor o General Data Protection Regulation (regulamento geral sobre a proteção de dados, em tradução livre). A lei europeia terá um forte impacto sobre as empresas, que vão ser obrigadas a pagar multas elevadas e a notificar os seus clientes caso houver vazamento de informações em decorrência da ação de hackers. A nova lei vai ter um impacto no Brasil, principalmente nas multinacionais.

ESTIMATIVA MILIONÁRIA

Especialistas apontam que a lei pode movimentar R$ 100 milhões no mercado de seguros nos próximos cinco anos. "Todas as empresas que trafegam dados vão ter que seguir essa lei. Hoje, as grandes empresas e os bancos ainda preferem fazer investimentos pesados em tecnologia da informação para evitar vazamento de dados. A nova lei deve se tornar um marco importante para o mercado de seguros de risco cibernético. É preciso contar com o engajamento de clientes, empresas, governos e países para combater esse problema. Esse movimento é uma tendência global de combate à atividade criminosa de hackers", avalia Gustavo Galrão, coordenador da comissão de linhas financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

TRANSFERÊNCIA DE RISCO

O momento, segundo ele, é de disseminar as informações sobre a possibilidade de utilizar o seguro como ferramenta de gestão. "Algumas das grandes empresas já estão contratando o seguro de riscos cibernéticos. As empresas de pequeno e médio porte ainda precisam entender as consequências que podem ser desencadeadas com o vazamento de informações de clientes. Para que isso aconteça, esse ambiente de novas legislações sobre segurança de dados é fundamental. Hoje, o peso do vazamento de dados cai sobre as empresas. A ideia é transferir esse risco para as seguradoras", conclui Galrão.

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