Pedro DuarteDivulgação

Os cariocas vivenciaram, nos últimos dias, episódios que vêm se tornando cada vez mais comuns na realidade do Rio de Janeiro. Em um saldo lamentável de três pessoas mortas e muitos feridos, assistimos a cenas explícitas de tiroteios entre a polícia e criminosos; trens e BRTs fechados; e baderna promovida por torcedores uruguaios. Parece só mais uma semana rotineira na “cidade da beleza e do caos”, né? Não deveria. A pergunta que quero fazer é: até quando vamos normalizar tudo isso?

Esses episódios, tristes e alarmantes, trazem à tona a crise de segurança que aflige nossa cidade mais uma vez. É uma realidade que clama por soluções definitivas e articulação entre as esferas do Poder Público. No coração dessa questão, está a responsabilidade primária do Governo do Estado na área de Segurança Pública, exercida principalmente pela Polícia Militar, responsável por garantir a proteção dos cidadãos e o controle da ordem. No entanto, é inegável que enfrentar a violência em uma cidade como o Rio demanda mais do que uma ação isolada ou a presença de uma única força.

A experiência de outros países, como a Colômbia, nos ensina que o Estado jamais pode abdicar de sua presença em regiões estratégicas. Ao abrir mão de sua função, gera um vácuo que grupos criminosos rapidamente ocupam, tornando-se muito mais difícil retomar o controle territorial.

Neste contexto, a Prefeitura do Rio tem um papel vital a desempenhar. Embora a Segurança Pública seja função principal do Governo do Estado, as ações municipais são fundamentais para contribuir com o ambiente de segurança. Iluminação pública, conservação e limpeza, além de uma Guarda Municipal bem treinada e armada. Isto é, ao investir na preservação e valorização dos espaços urbanos, o Poder Público municipal reafirma sua presença e oferece à população uma cidade que, aos poucos, recupera seu domínio e segurança.

Todas essas ações demandam um esforço conjunto entre Prefeitura e Governo do Estado, o que não acontece espontaneamente. É necessário que haja um diálogo contínuo, de estratégias compartilhadas e de ações bem articuladas entre as duas esferas. Sem isso, a violência não será combatida de forma eficaz, e os cidadãos continuarão a sofrer as consequências de uma cidade insegura. Os eventos da última semana, na Av. Brasil, escancaram a urgência desse alinhamento, pois o que está em jogo é a vida de cariocas, que buscam apenas seu direito constitucional de ir e vir com segurança.