Por tabata.uchoa

Rio - “Que saudade! Muita! Vocês nem imaginam a saudade que eu estava disso aqui”, admitiu Beth Carvalho, no palco da casa Vivo Rio, sábado à noite, depois de cantar ‘Minha festa’ — raro samba feliz da parceria de Nelson Cavaquinho (1911 - 1986) com Guilherme de Brito (1922 - 2006) — na abertura do show que a trouxe de volta à cena após um ano e um mês de internação em hospital para correção de problema na coluna.

Beth Carvalho volta aos palcos no Vivo RioAlex Palarea / Ag. News

CARTOLA FOI PONTO ALTO

No show, que Beth planeja gravar ao vivo no Rio para edição de DVD, a cantora mistura músicas de seu CD ‘Nosso samba está na rua’ (2011) com sambas antigos como ‘visual’ (Pintado e Neném), gravado pela artista em 1978 como crítica à industrialização dos desfiles das escolas de samba.

A noite foi de emoção. As interpretações pungentes de ‘O mundo é um moinho’ e ‘As rosas não falam’ — músicas de Cartola (1908 - 1980), gravadas por Beth em 1976 e 1977 — foram pontos altos de apresentação festiva. Feliz por estar de novo com seu nobre samba na rua, Beth recebeu a sobrinha Lu Carvalho (que fez dois números), deu voz a sambas que há muito não cantava (‘Coração feliz’, ‘Fogo de saudade’, ‘Toque de malícia’) e ainda apresentou o inédito samba triste ‘Parada errada’, composto por Serginho Meriti do ponto de vista de mãe que tenta tirar o filho do inferno do crack. O samba novo não chegou a empolgar, talvez por se opor ao clima de festa da noite, mas Beth mostrou que está em ótima forma vocal. Mesmo sentada na maior parte do show, a sambista comandou o pagode com vigor e animação.

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