Parte do Museu de Arte Moderna do Rio vai ser transportada para a Penha
Iniciativas educativas e sociais do museu pretendem estreitar os laços entre o seu público e as obras de arte que estão expostas
Rio - O Museu de Arte Moderna do Rio (MAM) não se contenta mais em ser apenas abrigo para exposições. Ele quer fazer parte da rotina das pessoas também como espaço de troca, diversão e inserção social. Pelo menos é o que sugere o projeto ‘Eu, Você e o MAM’, que acontece hoje por lá, a partir das 14h. Nele, uma vez por mês, moradores de favelas cariocas passam o dia envolvidos em diversas atividades pelo museu, onde tudo termina com um grande piquenique no jardim. Os convidados vips desta vez são jovens do Complexo da Penha, que tiveram um ônibus fretado só para eles — tudo de graça.
Mas não para por aí. Pois se a palavra de ordem da instituição agora é ‘troca’, ela também já tem visita marcada, na próxima terça, na Arena Dicró, na Vila da Penha. Trata-se do primeiro encontro do ‘MAM em Movimento’, que baseia-se em três reuniões mensais com crianças e adolescentes, visando estreitar os laços entre eles e o universo das artes. ‘“Eu, Você e o MAM’ é muito pontual. Queremos estender isso”, sintetiza o artista plástico Luiz Pizarro, idealizador e coordenador de ambos os projetos. “Além de ver as exposições em cartaz, eles têm que se envolver com as obras para ter momentos de prazer ao visitar museu”.
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O encontro que acontece na Arena Dicró, na terça, nasceu como uma ampliação do primeiro projeto que, no mês passado, já levou jovens da Rocinha para visitar o museu. “Para a Arena Dicró, vamos levar reproduções de trabalhos do museu e falar sobre arte. É tipo uma prévia do que vão encontrar no museu. Além disso, os participantes colocam a mão na massa e criam uma instalação artística”, explica Pizarro, que classifica suas idealizações como “meios para facilitar o caminho entre a obra e o espectador”.
“Algumas pessoas têm até medo de entrar em um museu. Mas basta criarmos oportunidades para que estreitem essas barreiras. Percebi que os participantes são pessoas muito sensíveis”, diz o artista, ressaltando que o segredo para criar laços entre o MAM e os visitantes é fazer com que eles se sintam acolhidos pelo espaço.
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Partindo dessa lógica, ficou claro para Pizarro que não basta apresentar o museu às pessoas. “Em visitas guiadas, vamos conhecer as exposições em cartaz. Depois, teremos atividades ao ar livre, jogo de varetas gigantes e piquenique”, conta o coordenador, referindo-se às atividades de hoje, parte da segunda edição do projeto.