Por bianca.lobianco
Rio - ‘De onde saiu muito ouro e pedras preciosas, sempre há muitas lendas”, diz o cineasta Helvécio Ratton. Como todo mineiro, ele cresceu ouvindo causos sobre riquezas escondidas e caças a tesouros perdidos desde a época colonial. Mas depois de conhecer um homem que dedicou 20 anos de sua vida a procurar pedras preciosas desaparecidas em um roubo, ele se inspirou e escreveu o roteiro de ‘O Segredo dos Diamantes’, em cartaz no cinema.

“Nos anos 50, um pedreiro encontrou um baú durante uma reforma em Ouro Preto. Lá, achou uma carta de mais de 200 anos, que falava de um furto de diamantes e a descrição do local onde eles estariam enterrados”, lembra-se o cineasta. A história encantou Ângelo Dettori, amigo do diretor, que passou anos atrás do tesouro e chegou a comprar terras acreditando que as pedras estariam enterradas nelas.

Acima%2C Rachel Pimentel%2C Matheus Abreu e Alberto Gouvêa em cena de 'O Segredo dos Diamantes'Estevam Avellar / Divulgação

“Ele dizia que, quando encontrasse os diamantes, ia pagar a dívida externa do Brasil”, diverte-se Ratton, que chegou a visitar as terras que o amigo comprou em sua expedição. “Ele me contou essa história, me levou lá e morreu pouco tempo depois. ‘Seu’ Ângelo me mostrou passo a passo o que a carta descrevia, até chegar em uma pedra em formato de cocho, onde os diamantes estariam enterrados. Um trançado de madeira chegou a ser encontrado, mas nada das pedras”, lembra-se o cineasta, que chegou a pensar em fazer um documentário sobre Dettori, mas preferiu investir na ficção infantojuvenil.

O protagonista do longa, Ângelo (Matheus Abreu), não tem a pretensão de quitar a dívida externa. Ele só quer conseguir dinheiro para bancar a internação do pai (Nivaldo Pedrosa), que sofreu um grave acidente de carro junto a sua mãe (Dira Paes). Ao descobrir que um baú com moedas de ouro e um código que levaria a um tesouro foi encontrado na cidade de sua avó, ele embarca em uma aventura atrás da fortuna perdida junto aos seus amigos Julia (Rachel Pimentel) e Carlinhos (Alberto Gouvêa).
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“Cresci assistindo só aos filmes da Disney. Não tinha uma produção brasileira, além das dos Trapalhões e da Xuxa — que era, ao meu ver, algo mais fantasioso. O nosso filme é mais real, me identifico mais”, defende o ator mineiro Matheus Abreu, de 17 anos. Depois de atuar no longa, ele já se prepara para gravar a série ‘Dois Irmãos’, que deve ir ao ar em 2015 na Globo.
Orgulhoso, Ratton, que também dirigiu filmes do gênero como ‘A Dança dos Bonecos’ e ‘Menino Maluquinho’, destaca: “Essas histórias realmente rolam muito em Minas. Minha família é de São João Del Rei, onde minha avó tinha um casarão enorme. Uma vez, juntamos os primos do Rio e de Belo Horizonte e quase derrubamos o casarão dela, achando que tinha alguma coisa escondida embaixo da casa”, diz, às gargalhadas.
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CAUÃ REYMOND ADOLESCENTE
A semelhança entre Matheus Abreu e o galã da Globo impressiona desde que ele era criança. Não é à toa que o adolescente foi escalado para interpretar Cauã em sua juventude, na futura série da Globo ‘Dois Irmãos’, prevista para ir ao ar no próximo ano.
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“Eu não tive nem tempo de me achar parecido com ele. Desde os meus 6 anos as pessoas já diziam: olha lá o Maumau (personagem vivido por Cauã em ‘Malhação’, em 2002)! Então, acabei me acostumando”, conta Matheus.
Morando no Rio desde outubro para a preparação das filmagens, o ator mineiro adianta que a série dirigida por Luiz Fernando Carvalho é baseada no romance de Milton Hatoum e ambientada nos anos 20. “São dois irmãos gêmeos que acabam separados. Um vai para o Líbano e, depois de muitos anos, acaba encontrando o outro em Manaus”, conta Matheus, que, se passar no vestibular para o curso de artes cênicas em alguma faculdade carioca, pretende se mudar de vez para cá.
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