
No percorrer da publicação, que traça 1.400 obras do criador, as causas sociais são retratos recorrentes. Desde a série no Jardim Gramacho, registrada no filme ‘Lixo Extraordinário’, até instalações mais recentes, como ‘Lampedusa’, que trouxe a tragédia dos refugiados para a Bienal de Veneza, Vik frisa a importância do artista sair da sua zona de conforto. “Você ficar num estúdio na Zona Sul o dia todo não é muito ambicioso, é isolado. O mundo é pobre, sujo, não é um shopping center. Mas o mundo é muito interessante e tem gente incrível com quem você pode aprender muito”, avalia.
E é justamente para criar um ambiente de aprendizado que uma obra feita por arquitetos americanos se ergueu no Arvrão, alto do Morro do Vidigal. Voltada para crianças de 4 a 8 anos, a escola gratuita — que terá a função de ser complementar ao ensino básico — tem apoiadores com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e a Central Saint Martins, de Londres. “Queremos montar programas de cultura visual e tecnologia”, adianta Vik, cuja intenção é disponibilizar os modelos para professores na internet. “Eu quero que as pessoas não saiam de lá (Vidigal) e que as coisas melhorem. E quero ser parte desse processo”.
?Com reportagem de Clarissa Stycer