Por bianca.lobianco
Rio - São 14 anos de jornalismo, e boa parte deles, dedicados à sua maior paixão: a música. “Desde que o jornalismo entrou na minha vida em 2002, queria trabalhar com esse tipo de pauta. Vivo isso”, diz Ricardo Schott. Aos 42 anos, o repórter do DIA já foi crítico musical e é radialista, desde 2015, à frente de um programa de rock na rádio Roquette-Pinto FM: o ‘Acorde’, todo sábado às 16h. “É sobre ‘novidades novas’ e ‘novidades antigas’. Busco bandas que as pessoas não deram muita bola na época. Misturamos o novo aos clássicos”, esclarece.
Ricardo Schott diz que o trabalho com música exige muitas horas dedicadas à pesquisa e à escuta de bandasDivulgação

O set list mistura grupos recentes como Lemon Twigs e Sleigh Bells a nomes antigos como Roxy Music e Todd Rundgren. Schott lembra que o programa foi uma espécie de ‘presente’ do melhor amigo e também jornalista Leandro Souto Maior, o criador do ‘Acorde’ em 2007. “Ele me chamou para dividir o programa com ele em 2012. Mas Leandro casou e se mudou”, diverte-se. “Ele foi morar em Visconde de Mauá, onde tem o bar Casa Beatles”, completa.

O radialista conta que, na época, eles acharam que a atração terminaria e chegaram até a se despedir no ar. “Mas o Ivan Bala, diretor de programação da rádio, me ligou e pediu que eu continuasse. Topei na hora e quis dar a minha cara”, lembra. Há um ano no comando do ‘Acorde’, Schott admite que o trabalho com música exige muitas horas dedicadas à pesquisa e à escuta de bandas. Mas, para ele, que é fascinado pelo tema, isso não é um sacrifício. “O cara que pretende trabalhar na área precisa ser curioso. Acho que música sem informação fica meio perneta. É aí que eu entro, que o programa entra. Podemos colocar o conteúdo junto”.

Não trabalhar no óbvio é um exercício para o jornalista, que está feliz com o espaço na Roquette, mas não descarta voos musicais maiores. “Lá, é onde gostaria de estar. Mas adoraria também ter um espaço na TV. Imagino um programa com novidades, entrevistas, bastidores. Isso me dá prazer como jornalista, trazer o que está invisível para as pessoas. Às vezes, você está tão acostumado com os Beatles, por exemplo, que não vê o lado B dos Beatles, que é tão interessante quanto o outro”, finaliza.