Rio - O disco novo de Claudio Nucci, só com parcerias com o amigo letrista Felipe Cerquize, se chama 'Integridade'. E é um tema que passa por outras canções do disco, e por seu projeto gráfico. E não é por acaso. O cantor, que lança o álbum amanhã, às 19h30, no Teatro Rival, faz questão de dizer que tempos caóticos como os de hoje, o título do álbum é uma meta.
"Nessa música tem um verso: 'Fatos riscam a integridade/e os sonhos que são de verdade/transformam-se em pesadelos'. A gente está sempre buscando a integridade. Até porque as coisas são muito efêmeras, e a gente vê a deterioração das coisas. Tanto que, na capa, tem uma rachadura de parede, e dentro tem uma fotografia minha meio amassada", brinca o músico que, em 40 anos de carreira, foi da independência (com o grupo Boca Livre) às grandes gravadoras (solo e com o parceiro Zé Renato). De volta ao mercado independente desde os anos 1990, faz um balanço positivo da época em que estava nas multinacionais.
"Sempre tive muita liberdade para gerir meus projetos dentro das gravadoras. Passei pela EMI (hoje Universal) e pela CBS (hoje Sony). A onda era essa mesmo, de fazer o que a gente queria. Mesmo quando fiz uma música para novela com Zé Renato ('Pelo Sim, Pelo Não', de 'Roque Santeiro'), tudo foi formatado com bom gosto", diz. "A gravadora patrocina, tem uma equipe para que o projeto chegue às prateleiras. Mas hoje você não tem nem equipe nem prateleiras".
AMIGOS E ÍDOLOS
'Integridade' tem várias participações, praticamente uma por faixa. O compositor e multiinstrumentista Renato Anesi aparece em 'Conselhos' e 'Desafio', o próprio Cerquize canta na faixa-título, Roberto Menescal está em 'Olhos D'água', Moyséis Marques em 'Descarada', Antonio Adolfo em 'Certeza', Zélia Duncan em 'Rio de Março', Lenine em 'Sempre Só'. Já em 'Sentimentos', Vicente Nucci, filho de Claudio, 30 anos, solta a voz.
"Foi um disco muito cheio de afetos. Vicente chegou a me substituir num show da Banda Zil (em que Claudio toca com Ricardo Silveira, Zé Renato, entre outros), mas nunca tinha cantado num disco meu", orgulha-se. "E ter ídolos e amigos no meu disco foi ótimo. Antonio Adolfo soube do disco e falou: 'Quero tocar nisso aí, hein?'", brinca.
