Cena do espetáculo '220 Cartas de Amor', com Renato Farias e Gaby Haviaras - Jessica Barbosa/Divulgação
Cena do espetáculo '220 Cartas de Amor', com Renato Farias e Gaby HaviarasJessica Barbosa/Divulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Imagina encontrar mais de 300 cartas trocadas entre seus pais, durante os anos de 1956 e 1962, enquanto eram namorados e moravam a mais de 294 km de distância. O resultado é o espetáculo '220 Cartas de Amor', com os atores Renato Farias e Gaby Haviaras, e direção de Rafael Sieg, em cartaz no Sesc Tijuca, até dia 1º de abril (de sexta-feira a domingo, às 20h). A peça é baseada na história de amor de Maria de Lourdes Lang, que na época morava em Santa Maria (RS), e Lourenço Renato Medeiros de Farias, de Porto Alegre (RS), os pais de Renato, um dos atores em cena.

"Eram mais de 300 cartas, e pensamos pela primeira vez na possibilidade de transformá-las num espetáculo há uns quatro anos, tendo em vista o nosso deslumbre frente ao potencial literário destes documentos. Este ano, a partir de uma mobilização familiar, achei que era hora de colocar o projeto em prática", relembra o filho do casal, Renato, que achou o material após o falecimento de seu pai, em 1998.

Para a atriz Gaby Haviaras, que viveu Lídia nas três temporadas de 'Conselho Tutelar', da Record, a leitura das cartas lhe deu um novo panorama sobre Maria de Lourdes. "Eu fui me encantando com uma Maria de Lourdes que eu também não conhecia. Eu conheço a Maria de Lourdes há pouco mais de 12 anos, quando conheci o Renato. Ela foi me ganhando, me fazendo rir, me deixando impressionada com sua maturidade ao responder algumas cartas dele", afirma a catarinense de Florianópolis.

O diretor Rafael Sieg conta que optou por um caminho mais documental no espetáculo, mas com liberdade para algumas licenças poéticas. "A dramaturgia se dá a partir da relação de amor construída através das cartas. A distância entre eles acabou nos parecendo fundamental para que o amor perdurasse", reforça Sieg.

A peça apresenta um casal que foge do óbvio. O homem é romântico, delicado e poético. Já a mulher, racional e objetiva. "Mas a questão de gênero, de certa forma, persiste no espetáculo. No entanto, o mote da narrativa é o amor e a relação com o tempo", afirma a atriz.

 

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