Bastidor com Pâmela Tomé - Reprodução
Bastidor com Pâmela ToméReprodução
Por Gabriel Sobreira

Rio - Pâmela Tomé, a Jane de 'Orgulho e Paixão', da Globo, tinha sido escalada para uma série da autora Lícia Manzo. O projeto não vingou, mas logo depois viria outra surpresa. "Recebi um convite do (diretor) José Luiz Villamarim para fazer a supersérie 'Onde Nascem os Fortes'", relembra a atriz, que chegou a fazer preparação para a atração e a cortar o cabelo, para se encaixar na personagem. Aí as coisas mudaram mais uma vez e veio mais um desafio: ela foi realocada para fazer a mocinha Jane, da novela 'Orgulho e Paixão', num clima bem diferente da supersérie. Muitas mudanças e surpresas em pouco tempo, que Pâmela aceitou como grandes aprendizados.

"Fiquei muito feliz com essa decisão da casa. Sou atriz e tenho que estar disposta para fazer o que eu for destinada a fazer. Não tenho preferência se é vilã, mocinha ou se não é. Eu quero é trabalhar, contar histórias para o povo", acrescenta. Aos 24 anos, Pâmela conta que só ganhou com as mudanças profissionais. "Isso foi um aprendizado muito maneiro para mim. Pude conhecer pessoas muito maneiras e pessoas que me enriqueceram muito artisticamente. Eu aprendi a esperar o momento certo. Deus sabe o que faz para a gente e para os nossos caminhos", completa.

Se joga

Pâmela é daquele tipo de atriz que não tem tempo ruim quando o assunto é composição de personagem. Foi assim quando estreou nas novelas em 'Malhação: Seu Lugar no Mundo', em 2015. A atriz aprendeu a nadar para viver a nadadora Alina. "Me jogo no personagem como se fosse o último. Em 'Orgulho e Paixão', fizemos aula de etiqueta, aprendemos a andar de charrete e a cavalo, algo completamente novo para mim. Achei o máximo", vibra.

Peruca

Por estar acostumada a se jogar, não foi uma questão dar adeus às madeixas durante a preparação da supersérie. Mas o cabelo curtinho não combinaria com a personagem do início do século. E por isso, Pâmela usa peruca nas cenas da novela das 18h. E não pense que isso é um problema para a loura.

"É bom porque quando coloco, me transporto para um lugar muito maneiro, delicado, romântico. Me sinto mais romântica com aquele cabelão. É muito legal e também libertador quando eu termino. Porque eu tiro e é aquele alívio. Bate um vento no pescoço. Estou achando divertido essa história de ter dois cabelos", comemora a gaúcha de Caxias do Sul.

Na história de Marcos Bernstein, Jane é uma das cinco filhas de Ofélia (Vera Holtz) e Felisberto Benedito (Tato Gabus Mendes). "Eu encarno a Cinderela quando estou fazendo a Jane", entrega a atriz.

Na novela, Jane é doce, tímida, e não lhe faltam pretendentes, mas ela só tem olhos para Camilo (Maurício Destri), filho da poderosa Julieta (Gabriela Duarte).

"A Julieta acha que a Jane não é uma mulher à altura do Camilo. Porque ela não tem nada a oferecer a não ser o que ela é. Então, ela não foi criada nas melhores escolas. Mas é letrada e a educação que ela tem deve ao pai. Acho que nem é caipirice, mas uma visão de interior. Quando elas vão para SP, meu Deus! Elas ficam impressionadas com a cidade grande", diverte-se a intérprete.

Mãe casamenteira

Enquanto tenta driblar as implicâncias da quase futura sogra, Jane precisa ainda lidar com as investidas da mãe para arrumar um marido, de preferência com posses, para as filhas.

"Não posso nem julgar essa mãe. Imagina na época ter cinco filhas e não ter dinheiro para sustentar? A única saída era o quê? O casamento. Ela se vê com cinco responsabilidades que tem que encaminhar e o dinheiro está acabando. Só que ela exagera nessas ações. Ela tem uma obsessão tão grande por casar que perde a noção do que é ridículo e o que não é. Só que ela não é ruim, não é por mal. É muito engraçado. Amo todas as cenas", confessa.

Pâmela acredita que a obra da escritora inglesa Jane Austen é muito atual. "Existe ainda muito machismo. Mas a mulher já conquistou um lugar muito importante e esse lugar não vai ser mais tirado da gente. Eu nunca tive esse problema de: 'Ah, o que as pessoas acham disso ou daquilo?'. Sou superempoderada. Me sinto poderosa, e eu posso fazer tudo", frisa.

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