Teatro Adolpho Bloch reabre após 18 anos com
Teatro Adolpho Bloch reabre após 18 anos com "O Musical da Bossa Nova"Flavia Canavarro
Por BRUNNA CONDINI

Rio - Palco que recebeu nomes como Nathalia Timberg, Tônia Carrero, Tony Ramos, Marília Pêra, Marco Nanini, Suely Franco, Raul Cortez e Marieta Severo, entre tantos outros, o Teatro Adolpho Bloch, antigo Teatro Manchete, projetado nos anos 1970 por Oscar Niemeyer, na Glória, reabre hoje com 'O Musical da Bossa Nova', após 18 anos.

Com direção de Sérgio Módena, o musical-show traça a história de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, abordando histórias e curiosidades sobre a época. Em cena, Claudio Lins, Marcelo Varzea, Jullie, Eduarda Fadini e elenco interpretam composições como 'Ela é Carioca' (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e 'Samba da Minha Terra' (Dorival Caymmi).

"Acho que estou ficando expert em inaugurar teatros, já que estive também no espetáculo que inaugurou o Teatro Riachuelo", brinca Claudio Lins. "Como carioca, sempre senti pena de o Adolpho Bloch estar fechado, então minha felicidade de contribuir para devolvê-lo à cidade é imensa. E a cidade precisa de mais carinho, mais arte e mais teatro".

POR MAIS ESPAÇOS

A iniciativa é liderada pela Aventura Entretenimento, que também foi a responsável pela revitalização do Cine Palácio (atual Teatro Riachuelo), em 2016.

O imóvel na Glória foi desocupado depois de decretada a falência do grupo em 2000. Em junho de 2010, a BR Properties comprou o espaço para a construção de um edifício-garagem, mantendo e reformando também o teatro, que teve a reforma concluída em 2012, quando recebeu estofamento com veludo cor de vinho em suas 400 cadeiras pelo Ateliê Tereza Racca, o mesmo que assina todos os salões e suítes do Copacabana Palace.

Nos últimos anos, o Teatro Adolpho Bloch só era ocupado para gravações e eventos fechados.

Aniela Jordan, uma das sócias da Aventura Entretenimento, exalta a ação, salientando a importância da reabertura de um teatro num momento em que vários espaços têm fechado as portas na cidade.

"Acreditamos que a arte e a cultura são fundamentais na educação e no desenvolvimento de um país. Somos produtores de conteúdo e sentimos muito a necessidade de mais espaços culturais. E o Teatro Adolpho Bloch é incrível, tanto a plateia como o palco e a infraestrutura. Temos uma sala de ensaio do tamanho do palco debaixo dele, além de muitas outras salas", diz Aniela.

"Estamos agora buscando patrocinadores para o local, o que permitirá termos um teatro que possa oferecer as melhores condições possíveis para a produção dos espetáculos, os atores e o público", completa.

E ela aproveita para detalhar o tipo de programação pensada para o lugar. "Pretendemos que seja bem diversificada: teatro falado, musicais de médio porte, infantis, espetáculos de música, dança. É um teatro com perfil diferente do Teatro Riachuelo: tem 358 lugares e um palco menor. Os dois teatros se complementarão".

A reabertura do teatro com 'O Musical da Bossa Nova' marca também os 60 anos do surgimento do movimento. Segundo críticos, a Bossa Nova iniciou-se em agosto de 1958, quando foi lançado um compacto simples do violonista baiano João Gilberto.

OUTRAS ESTREIAS

O mês começa com espetáculos para todos os gostos nos palcos cariocas. Em 'Os Guardas de Taj', Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi tomam como ponto de partida a história de dois guardas amigos de longa data, designados para proteger o glorioso palácio Taj Mahal, e falam sobre amizade, valores e escolhas.

Já a Cia Estúdio Lusco-Fusco fica em cartaz até 10 de junho com 'Ilhada em Mim Sylvia Plath', com Djin Sganzerla no papel-título, mergulhando o público nas angústias existenciais da poeta americana.

As relações familiares também estarão presentes na cena carioca a partir de hoje. Em 'Memória d'Alma', com Juliana Teixeira e Niaze Neto, vemos o drama de uma mãe e seu filho, que relembram em uma cela de cadeia episódios de assédio e abuso sofridos por ele.

No texto inédito de Renata Mizrahi, 'Colisão', o embate é entre um pai e um filho adolescente que volta a morar com ele, um ator em crise. Na montagem, apesar das dificuldades, os dois repensam suas vidas através da convivência.

Para quem prefere comédia, a partir deste domingo, o espetáculo 'Moça Velha Não Faz Milagre' traz para o palco Santa Alfabeta, que se tornou uma personagem popular nas mídias sociais. No show de humor, ela faz uma professora suburbana que ministra um curso de multioportunidades e utilidades, e pretende levar o público através de um curso de humor a reflexões sobre o cotidiano.

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