A cantora Illy está lançando o CD 'Voo Longe'  - Divulgação/Daryan Dornelles
A cantora Illy está lançando o CD 'Voo Longe' Divulgação/Daryan Dornelles
Por RICARDO SCHOTT

Morando no Rio há três anos, a baiana Illy divide em dois lados o trabalho em seu primeiro disco, 'Voo Longe', que acaba de sair. Contou com dois produtores, Kassin e Moreno Veloso, que cuidaram respectivamente de uma parte mais "cerebral" e de uma faceta mais afro, percussiva.

"Foi isso que norteou o trabalho", conta a artista de 30 anos, que comandou um trio elétrico quando era adolescente e já cantou em grupo de forró. E na estreia, tem músicas de Chico César, Jota Veloso, Jonas Sá ('Baleia', com Alberto Continentino), Djavan (a regravação de 'Que Foi My Love?'), entre outros autores. Arnaldo Antunes aparece como autor de duas músicas, 'Devagarinho' e 'Afrouxa'. Luciano Salvador Bahia assina 'Fama de Fácil', uma marchinha.

"O repertório do disco veio de vários encontros que fui tendo ao longo da produção. Com o Arnaldo, eu passei uma tarde na casa dele ouvindo música, e apareceram as canções do disco. A minha ideia desde o começo era que o disco fosse saudosista, mas tivesse uma pegada de modernidade", conta, lembrando que sua família sempre foi bastante musical. "Quando cantei em trio, a banda foi montada por meus pais. Eu tinha 16 anos, eles tocavam comigo e montaram a banda para que eu tivesse autorização para cantar. Na época, deu certo nervosismo, mas essa tremidinha na barriga sempre vai acontecer. E comecei a entender o que era estar no palco ali".

Illy começou a se desenvolver como cantora num palco conhecido da Bahia o Teatro Vila Velha, onde Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa ganharam fama em Salvador nos anos 1960, e em cujo palco desenvolvia-se a cena da segunda geração da bossa nova baiana. Hoje, está bem próxima dessa turma veterana já abriu um show de Gal Costa, no Circo Voador, e é casada com Jorge Velloso, sobrinho-neto de Caetano e Bethânia.

"Meu tio (Ray Gouveia, do extinto grupo baiano Confraria da Bazófia) estava sempre no Vila Velha trabalhando em trilhas pra teatro, e me chamava. Fiz muita coisa de trilha para peças infantis lá, só nunca atuei. Quero muito levar o show do meu disco pra lá", conta a cantora, que resgatou uma canção de Ray para o trabalho, 'Olhar Pidão'.

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