Cena de manifestação popular liderada pela personagem de Isis Pessino - Reprodução
Cena de manifestação popular liderada pela personagem de Isis PessinoReprodução
Por Gabriel Sobreira

Isis Pessino, 21 anos, faz sua estreia em novelas em 'Deus Salve o Rei' como Isis, uma fanática plebeia de Montemor, que por suas convicções prejudica pessoas inocentes, como Amália (Marina Ruy Barbosa) e Mandingueira (Rosa Marya Colin). "A Isis lidera o movimento popular de caça às bruxas. Ela incentiva que a Mandingueira vá para a fogueira. E Isis acusa brutalmente Amália de feitiçaria, unindo forças com o inquisidor quando ele chega ao reino", antecipa a atriz.

FANATISMO

A intérprete diz que o fanatismo é um dos grandes problemas da humanidade. "Vivemos uma grande intolerância. Importante lembrar que o Brasil é um dos países que mais mata LGBTs no mundo. Isso é muito grave. Estamos vivendo momentos de assassinatos políticos, importante falar também do caso da Matheusa, que foi assassinada no Rio", lembra. "Acho importante a novela falar sobre isso, fanatismo, intolerância, preconceito e fazer as pessoas pensarem de onde nascem nossas ideias, se são realmente nossas ou não. Temos que nos perguntar por que estamos tendo certas atitudes e até onde vai nosso espaço. A violência nunca é a resposta", defende.

DESFECHO

Qual desfecho merece sua personagem? "Como pessoa, o que eu quero é que ela se desiluda e perceba a besteira que fez. Mas como atriz, eu adoraria embarcar nessa maldade que a Isis tem, para chegar até o limite da personagem", frisa a intérprete, que tem uma longa carreira no teatro.

"Eu vivi na pele a desvalorização da profissão de atriz de teatro, sofrendo comentários desnecessários como: 'e como você vai ganhar dinheiro?', 'você faz teatro? Mas trabalha com o quê?', 'teatro é coisa de quem não tem o que fazer'. E agora estou vivendo a supervalorização da atriz de televisão, ouvindo coisas como: 'agora você chegou lá', 'agora você está rica'. Precisamos entender por que nós colocamos o teatro tão para baixo. Por que a verba liberada para peças é tão curta e monopolizada, ou por que os teatros são sucateados", cobra ela, que tem um coletivo e ensaia a peça 'Gravidades', com estreia prevista para o segundo semestre.

NA TV

O convite para viver a plebeia na trama das sete veio no ano passado. "Quando me falaram que era uma novela medieval, comecei a chorar porque sempre me identifiquei com esse universo", diz ela, que é fã do filme 'As Brumas de Avalon' (2001), do diretor Uli Edel. "Assistia sempre com a minha mãe", acrescenta. "Não quero que a Isis pareça uma pessoa do passado. Ela diz muito sobre o que estamos vivendo hoje em dia".

VIDA VEGANA

Adepta do veganismo há dois anos por sete anos ela foi vegetariana , Isis diz que sua saúde melhorou muito desde a mudança. "Me sinto mais disposta e sem culpa. O veganismo, para mim, é um ato de amor ao próximo, cuidado consigo mesmo e consciência ambiental. Além de ser muito gostoso. Quase sempre cozinho minha comida e é uma meditação entrar em contato com os alimentos que vou ingerir", defende.

"As pessoas falam que eu não como nada, o que eu acho muito engraçado, já que a maior parte dos alimentos que existem e que estão no mercado não são de origem animal. Eu particularmente como muito. A diferença é que não ingerimos gordura trans, e isso é melhor para nossa saúde", explica.

Recebe convites dos amigos para churrasco? "Alguns não entendem, mas eu sempre explico que defendo o livre arbítrio. Em churrascos, eu levo minhas abobrinhas, berinjelas, palmito, chuchu, e coloco tudo na churrasqueira", entrega, aos risos.

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