Rio - Você pode até não gostar do 'Casos de Família', do SBT, mas duas coisas precisa aceitar: há nove anos, o programa está sob o comando de Christina Rocha, vê sua audiência aumentar cada vez mais e sua popularidade nas redes sociais, também. "O mais bacana desse programa é essa mídia espontânea. Teve o carioca que fez aniversário com o tema 'Casos de Família', existem páginas com nomes do programa, memes. É muito legal. Fico muito feliz", diverte-se a apresentadora, cuja atração ganhou novo cenário e está em 2018 com a maior média de audiência em 13 anos no Painel Nacional de Televisão (PNT, que mapeia o consumo dos programas de TV em 15 mercados brasileiros) e nos últimos 12 anos em São Paulo.
BARRACO
Críticas? Christina dá de ombros para eventuais detratores. "Se eu fosse ligar para os críticos do 'Casos de Família', nem dormiria. Tudo que é popular as pessoas criticam mais. O importante é a gente fazer um programa como esse, que dá ibope, as pessoas gostam, o Silvio (Santos) gosta, e vim fazer com amor. Não ligo muito para os críticos, não. Se querem chamar de telebarraco, é telebarraco. Se você pensar bem, barraco tem em todas as classes sociais. Não é verdade? Cada um na sua sintonia", argumenta ela, aos 60 anos.
SILVIO SANTOS
A boa fase duradoura do programa rendeu até um bilhete elogioso de Silvio Santos. "Dizia que ele estava superfeliz com o 'Casos de Família', que deveria se chamar 'Casos de Christina'. É um programa barato para a casa, que dá audiência e vende muito bem", conta ela, que é ex-cunhada do dono do SBT Christina foi casada com Rubens Pássaro, irmão de Iris Abravanel, mulher de Silvio.
A apresentadora explica que o grau de parentesco nunca influenciou a relação dela com o patrão. "Ele sempre foi profissional, nunca confundiu as coisas, muito menos eu. Pelo contrário, as coisas para mim sempre foram muito batalhadas, que é uma coisa bacana, que eu gosto. Nunca me tratou diferente, de jeito nenhum. Pelo contrário. O Silvio tem uma coisa maravilhosa, ele separa o comunicador de outras coisas", frisa.
SEM FAKES
Ao longo dos 14 anos de existência cinco com Regina Volpato , os temas abordados se superam com uma dose de humor (in)voluntário surreal e, claro, caem nas graças do público. Por exemplo: "Larissa diz que toma tanta pílula do dia seguinte que já está em 2052", "Meu pai trabalhou tanto que eu já nasci cansado!", "Você é um safado, sua esposa tranqueira e eu que não presto por ser gay?", "Se eu não pegar seu marido, outra pega... então relaxa 'miga'!" e "No teatro da vida quem faz papel de trouxa sou eu!", entre outros.
"Todos os casos são reais. Eles ganham, sim, uma ajuda pelo dia de trabalho. Se não me engano, ainda é de R$ 100. São pessoas muito carentes", afirma Christina. Questionada se participaria do programa como convidada se não fosse famosa, ela não titubeia: "Eu só participaria se realmente tivesse vivenciando o que vou falar na gravação. Porque aqui são casos reais".
PARA FORA
Para Christina, o assunto perde a graça quando vem à tona os casos que mais a impressionam. "Os de agressão contra a mulher me deixam extremamente triste. Infelizmente, é o que a gente ainda vê muito. Quantas mulheres morrendo nos dias atuais", lamenta. Conhecida por sua personalidade forte, Christina diz ser uma mulher tranquila e engraçada. "Não sou de levar desaforo para casa, mas também nunca começo nada. Sempre fico na minha. Quando acho que a coisa não está legal, eu falo", reforça ela.
Prova disso é quando a apresentadora expulsa convidados do palco do seu programa. "Tenho horror de expulsar as pessoas. Só peço para elas se retirarem quando essa pessoa perde o respeito comigo e com os meus convidados e com a casa, o SBT", frisa Christina, que diz perder a paciência com gente sem educação e que não sabe falar com o outro. "Isso me tira do sério", destaca a apresentadora.
AMORES
Mãe de Isabella, de 29 anos, e Victor, de 30, frutos do relacionamento com o ex-marido, Christina conta que sonha em ser avó. "Mas acho que o mais importante é que meus filhos sejam pais quando estiverem preparados. Claro que vou ficar superfeliz. Vou ser bem coruja", admite ela, que está solteira. "O que mais me atrai em um homem é difícil dizer. Primeiro, é pele, química e o caráter do cara, se ele é bacana, se vale a pena. Nunca namorei um cara mais novo do que eu. Mas também não posso dizer que nunca vou namorar. Nada contra. O importante é ser feliz, amar a pessoa, e a pessoa te amar", afirma.
