Chaves - Divulgação
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Por Gabriel Sobreira

Rio - Chegou o dia tão esperado por muitos fãs. 'Chaves' (episódio 'Balões') e 'Chapolin' (episódio 'A casa mal-assombrada') estreiam hoje, respectivamente, às 23h e 23h30, no Multishow. "Estamos contando as horas, sobretudo porque sairemos de São Paulo para assistir, a convite do Multishow, à estreia no cinema. É uma nova oportunidade para manter vivo o legado de Chespirito (como era conhecido Roberto Gómez Bolaños) e o Multishow nos prometeu tratar as séries com muito carinho", conta Junior Achiles, criador e administrador do Fã-Clube Chaves e sua Turma, com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais.

'Ninguém tem paciência comigo'

Achiles também comemora o fato de os 500 episódios (100 deles inéditos) serem exibidos em ordem cronológica. "O SBT sempre exibiu os episódios misturados, na maioria das vezes sem as esquetes pequenas histórias que antecediam os episódios. Com a exibição em ordem cronológica poderemos ver a evolução da série e dos personagens. E claro, assistiremos conforme exibido no início da série", comemora.

'Não contavam com a minha astúcia'

Antonio Felipe Purcino, jornalista e administrador do Fórum Chaves, a maior comunidade brasileira de fãs de Chaves e Chapolin na internet, diz que o Multishow procurou os fãs para fazer uma exibição mais próxima do possível. "Pudemos participar desse processo desde o início, colaborando com opiniões e mesmo participando diretamente de algumas questões", explica ele, que considera acertada a decisão de exibir os programas, às 23h e às 23h30.

"Praticamente todo mundo já está em casa, livre de empecilhos como a faculdade, o trabalho, o trânsito. Além de ser na faixa nobre da televisão, o que na TV aberta não acontece há bastante tempo. Nem todos terão como acompanhar nesse horário, por variados motivos, mas felizmente teremos reprises em outros momentos da programação ('Chaves', às 18h30, e 'Chapolin', às 13h), além dos episódios estarem disponíveis no Multishow Play", reforça Purcino.

'Suspeitei desde o princípio'

Para Eduardo Gouvea, um dos responsáveis pela tradução e adaptação das dublagens das séries, o projeto do Multishow estaria fadado ao fracasso se não fossem resgatadas as trilhas clássicas usadas na versão brasileira. "Comuniquei isso ao estúdio, que concordou de imediato e iniciou-se uma batalha para que a Globosat as licenciasse. Mas existia um problema. Eram muitas. Mais de 300. Então, a solução apontada foi: escolher 30 ou 40 que fossem ser mais utilizadas. Com muita conversa, conseguimos a liberação de cem", conta.

"Das mais clássicas, podemos citar 'Skipping' (abertura do Chaves), 'Flying fists' (abertura do Chapolin), 'Stiff uper lip' (chegada do Chapolin) e muitas outras. Os fãs deverão sentir falta de algumas usadas em episódios mais específicos, as que trilharam na dublagem original, episódios de western, suspense, entre outros. Tive que ser um pouco econômico nessas trilhas mais específicas. Mas ainda assim, considero que tudo ficou excelente e os fãs terão ótimas surpresas", acrescenta. E diz mais: "O SBT teve 35 anos para trazer esse material e não o fez. Estamos falando de uma série com quase 50 anos de existência e que está no Brasil há três décadas e meia. O Multishow fará em nove meses o que o SBT não fez em todos esses anos".

'Sigam-me os bons'

Mas por que os personagens de Roberto Gómez Bolaños fazem tanto sucesso até hoje?

"Talvez porque seja um dos poucos programas hoje na TV que transmite uma inocência, que remete à realidade de muitos jovens e famílias: aluguel atrasado, problemas na escola, o pai falecido, a filha criada pelo pai, a fome", opina Achiles. Para Purcino, a resposta não é muito diferente. "O trabalho excepcional da dublagem brasileira; o humor ingênuo, puro e universal, que diverte pessoas de todas as idades a qualquer época e em qualquer lugar", afirma.

Gouvea faz coro. "Humor cínico, beirando o absurdo, porém, sem maldade, sem malícia. Todos podem assistir, da criança ao idoso. Bolaños se utilizou de uma fórmula para o sucesso eterno. Em 2100 estarão falando de Chaves e Chapolin, tenho certeza", prevê.

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