Oswaldo Montenegro (à direita) dirige atores, entre eles, Leonardo Bricio, na série 'De Sonhos e Segredos' - Ana Paula Amorim/Divulgação
Oswaldo Montenegro (à direita) dirige atores, entre eles, Leonardo Bricio, na série 'De Sonhos e Segredos'Ana Paula Amorim/Divulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Seis histórias dramáticas, seis atores preparados para improvisá-las em sessões de terapia em grupo com uma psicóloga real. Na série 'De Sonhos e Segredos', de 13 episódios, que estreia a segunda temporada hoje, às 21h, no Canal Brasil, o roteiro e a direção são assinados pelo cantor e compositor Oswaldo Montenegro. "O projeto surgiu de uma vontade que eu tinha há muito tempo de misturar um roteiro rígido a uma realidade que acaba influenciando nesse roteiro. Acho legal também o espectador poder assistir o quanto os atores influenciam nas personagens que interpretam e poder acompanhar a minha relação com eles", explica Montenegro.

Ficção x realidade

Para o autor, o desafio foi o próprio processo da série. "Depois de algum tempo de gravação, a personalidade dos intérpretes vai se misturando ao que tínhamos criado e gerando emoções intensas e, às vezes, estranhas. É também desafiadora a função da psicóloga agindo de forma absolutamente real diante de pessoas que, teoricamente, não existem", afirma.

No elenco, nomes como Leonardo Bricio (João Pedro), Paula Ferrari (Yasmin), Kamila Pistori (Virgínia), Pedro Gracindo (Francis), Verônica Bonfim (Vera) e Rodrigo Salles (Marcos). A terapeuta é Joana Amaral. "Virgínia tem uma alegria contagiante e incessante. Fala e faz tudo o que pensa e é super bem resolvida. Mas foi pega de surpresa pela Síndrome de Pânico, uma doença mais comum do que eu imaginava. São muitos os que sofrem de transtornos de ansiedade e eu só pude entender depois desse trabalho. Conversamos com o psiquiatra Jaime Vaz, profundo conhecedor do tema, e começamos a construir a Virgínia" descreve a atriz Kamila Pistori.

Sessão de terapia

A atriz conta que a imersão por todo elenco foi tão grande, que o desenrolar de cada história foi surpreendente. "É quando o personagem ganha vida própria e faz aquilo que o ator que o interpreta jamais faria. Nunca vi um processo como esse, porque toda e qualquer reação era inesperada. E aí, o melhor que a gente tem a fazer é dar mão ao diretor e se entregar ao processo", frisa.

Montenegro destaca que todo o processo da série é um "salto sem rende". "O público vê a cena que deu certo e a que não deu. Esse foi o maior desafio. A falta de pudor de revelar a vida de doze pessoas, não só as seis da ficção, mas a dos seis artistas que as interpretaram. E a terapeuta, tentando ajudar os problemas daquelas 'criaturas' que, às vezes, em um improviso, se misturavam às almas dos intérpretes", entrega.

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