Nilze Carvalho lança DVD comemorativo - Divulgação
Nilze Carvalho lança DVD comemorativoDivulgação
Por RICARDO SCHOTT ricardo.schott@odia.com.br

Rio - No dia 14, uma sexta-feira, choveu muito no Rio de Janeiro. Ainda assim, os fãs foram lá comemorar as quatro décadas de carreira de Nilze Carvalho. O disco '40 Anos Ao Vivo' já saiu e o título confunde fãs recentes ou pelo menos os que não sabem que Nilze, 49 anos, já está na estrada desde a infância. Aos 9 anos, já aparecia na televisão tocando bandolim (gravou um número para o 'Fantástico' que marcou época). Aos 12, começou a gravar discos.

"Eu escuto às vezes meu primeiro disco e... 'Caramba! Hoje eu não toco bandolim tão bem como eu tocava, já fui melhor nisso!'", brinca. "Eu ficava dia e noite com o instrumento. A música instrumental quer você para ela o tempo todo. Não dá para ficar dois dias sem tocar. Mas fui fazendo outras coisas".

Nilze iniciou carreira internacional na adolescência e aumentou o leque: passou a cantar e a direcionar o próprio trabalho. "Já gravei muito disco independente. Eu viajava para fora do país, depois voltava e gravava, para desaguar o repertório", recorda. Em meio aos trabalhos solo, morou por uns tempos no Japão com a família e fez shows por lá. E montou o Sururu na Roda com o irmão Silvio Carvalho e Fabiano Salek. A formação ainda existe. "É que meu irmão se mudou para Brasília, e o grupo faz show aqui e lá", conta.

DISCOS SOLO

Para o repertório de '40 Anos', Nilze focou nas músicas de seus discos solo mais recentes e em alguns clássicos. Trouxe 'Banho de Manjericão' (João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro), a dobradinha 'Kid Cavaquinho' (João Bosco e Aldir Blanc) e 'Brasileirinho' (Waldir Azevedo), 'Fumo de Rolo (Nei Lopes, que por sinal participou do show de lançamento) e autorais como 'Verde, Amarelo, Negro, Anil' (parceria com Marceu Vieira), 'Nordestino' e 'Viola' (ambas com Zeca Leal).

"Recordei também o 'Barracão' (sucesso na voz de Elizeth Cardoso), que gravei no meu primeiro disco. É uma música que me acompanha desde lá atrás. E tem o 'Urubu Malandro', do Pixinguinha, que gravei com o Sururu e está só no DVD", conta ela, que levou para o disco músicas que fazem sucesso no palco e ainda estavam inéditas, como a releitura da tradicional 'Marinheiro Só' ("fizemos ela meio reggae, a gente toca há muito tempo e ela foi se transformando", conta).

'Nasci para Sonhar e Cantar', de Dona Ivone Lara e Delcio Carvalho, entra como homenagem à sambista morta em abril. Em 2016, já surgira na sua voz numa apresentação no Imperator, no show 'Damas Negras do Samba', em que homenageava os 95 anos da artista com Áurea Martins e Luiza Dionizio. "Ela sempre me ouvia cantando e falava: 'Tá bonita essa música, mexe com a gente!'. A gente ficava na coxia cantando juntas", recorda.

Você pode gostar
Comentários