No alto, Beth Goulart como Mirian ao lado de Jesus (Dudu Azevedo) - FOTOS Blad Meneghel/Record
No alto, Beth Goulart como Mirian ao lado de Jesus (Dudu Azevedo)FOTOS Blad Meneghel/Record
Por Gabriel Sobreira

Rio - Faltando 11 dias para as eleições, política é um assunto que vira e mexe entra nas rodas de conversa e movimenta as redes socais. No caso da atriz Beth Goulart, a Mirian de 'Jesus', da Record, não poderia ser diferente. "Todos nós somos seres políticos. Não tem como você se negar a participar de um movimento de transformação do seu país. Mas estamos vivendo um momento de muita transformação. Não sou uma pessoa de levantar bandeiras, principalmente neste momento conturbado do nosso país", ressalta.

"Precisamos analisar muito bem o que vamos fazer, quem vamos escolher, ter um comprometimento com a nossa escolha, pois é assim que vamos melhorar o país. Observo muito e escuto a todos. É importante que você tenha consciência com o voto que você vai dar. Escolher a paz isso é um ato político também. Você tentar minimizar as contendas ao invés de incitá-las", defende a atriz.

OLHAR FEMININO

Completando 45 anos de carreira no ano que vem, Beth Goulart comemora o fato de viver uma personagem como a Maria em uma novela que, segundo a atriz, valoriza a participação real e efetiva das mulheres na história da humanidade.

"Durante muitos anos a história foi contada pelo olhar masculino, então é importante que resgatem a força da mulher em todas as histórias. Atrás do Pilatos (Nicola Siri) tem a Claudia (Larissa Maciel), que é quem realmente tem a visão política. Atrás do Chuza (Tadeu Aguiar) tem a Joana (Anna Lima), que tem uma visão humanista. Maria, Mirian, Sula (Kika Kalache) e Sara (Ana Barroso) são mulheres com a força do feminino, que educa, que protege. Então essa força do feminino é muito bem representada no texto da Paula (Richard, a autora). Na cena da crucificação estava essa confraria feminina dando esta força para Jesus (Dudu Azevedo). Quando as mulheres estão juntas, elas estão mais fortes", defende.

Filha dos atores Paulo Goulart e Nicette Bruno, a carioca de 57 anos decidiu ser atriz muito nova. A primeira vez que pisou em um palco tinha três anos. "Brincava de interpretar e tinha sempre um livro nas mãos. Meu avô dizia que eu ia ser escritora, porque eu sempre estava com um livro nas mãos. Eu gostava de contar histórias. E na verdade tudo isso está junto. Então não deu tempo de pensar em outra coisa, a minha vocação apareceu muito cedo", lembra ela. "Tive a sorte de estar em uma família de artistas, o que favoreceu meu desenvolvimento dentro dessa profissão. Mas eu gosto de dar aulas, gosto de estudar, talvez fizesse faculdade de letras se não fosse para o teatro", completa.

FÉ E RELIGIÃO

A intérprete diz que é uma mulher de fé. "Foi um dos grandes aprendizados que adquiri com a minha mãe. Somos espiritualistas e cristãs. Seguimos o evangelho de Jesus Cristo no nosso cotidiano, na nossa maneira de agir", diz.

Para Beth é importante ter o tripé família, trabalho e religião bem equilibrado. "Não importa em que você acredita, mas se você acredita em uma força superior, que de alguma maneira te dá sentido na sua existência, que te faz melhor, você é uma pessoa de fé. A fé é como se fosse uma montanha, não importa de que lado você suba, todos os caminhos vão dar no mesmo cume, que é Deus. O importante é você subir a montanha", acredita.

No ano que vem, Beth Goulart já tem planos profissionais. Depois do Carnaval, ela deve seguir com o espetáculo 'Simplesmente eu, Clarice Lispector' para uma temporada em São Paulo. "A Claudia Raia assumiu a curadoria do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e convidou dez personalidades para ajudá-la a desenvolver movimentos artísticos lá. Eu sou responsável pela curadoria de teatro com José Possi Neto. Devo fazer uma temporada e outras atividades", planeja.

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