Nicette Bruno foi internada com covid-19 - Globo/Paulo Belote e reprodução
Nicette Bruno foi internada com covid-19Globo/Paulo Belote e reprodução
Por Gabriel Sobreira

Aos 86 anos e em plena atividade — recentemente ela estava na temporada do espetáculo 'Pippin' —, Nicette Bruno, a Esther de 'Órfãos da Terra', da Globo, não parece nada disposta a pensar em se aposentar do ofício a que se dedica há 74 anos. "Não quero parar, nem penso nisso. Tiro gás do próprio trabalho", revela a intérprete, que diz não dar mais para malhar como fazia antigamente. "Já fiz bastante. Agora é andar na esteira, fazer fisioterapia, os exames anuais pra que tenha bastante saúde e poder trabalhar, que é fundamental para me manter forte, viva".

Na novela de Thelma Guedes e Duca Rachid, Esther (Nicette) é uma judia controladora e passional, que é pautada pelo interesse. "Ela costuma dizer: 'Dinheirinho é importante. É tudo, tudo depende de dinheirinho'", reforça a atriz, com o sotaque da personagem. Mãe zelosa de Abner (Marcelo Médici), Esther procura embutir os valores dela no filho, para que ele case com Sara (Veronica Debom), a dona da floricultura local, justamente para ele ser o novo proprietário do estabelecimento.

Nicette Bruno e Marcelo Médici nos bastidores da novela 'Órfãos da Terra' - Reprodução

Mas não é só dinheiro que move a matriarca. Ela quer o melhor para o herdeiro e por isso tenta a todo custo empurrar uma pretendente judia para os braços do atrapalhado Abner. "Ela é severa, mas é engraçada. Ainda tem o jeito de falar, por exemplo: 'Abner, filhinha... 'Casa' com a outra netinha de Boris (Osmar Prado) pra ser dono de floricultura e ter dinheirinho, porque é isso que vale na vida'", diverte-se a atriz, repetindo o sotaque.

Só que, inicialmente, nem Abner e tampouco Sara demonstram interesse um pelo outro. Mas com o passar do tempo, a implicância dará lugar a uma paixão. "Acho que esse núcleo é um alívio na trama, que trata de assuntos urgentes. O grupo é Osmar Prado, o Flávio Migliaccio, o Marcelo Médici, a Betty Gofman, Veronica Debom, esse núcleo aparentemente é de humor. Mas novela é uma obra aberta. Não dá para, no início, determinar um segmento do que vai acontecer. Por enquanto, somos um 'suspiro'", explica a veterana, que é só elogios para a temática de refugiados retratada na trama. "Acho fundamental o assunto. As autoras têm equilíbrio, talento e espontaneidade no trabalho para tratar de um tema tão importante com o segmento tão forte que elas estão transmitindo (TV). Sou fã das duas autoras. Gosto de participar do trabalho criado por elas", derrete-se.

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